segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Santa Maria Mãe de Deus


Ano C / Cor: branco / Leituras: Nm 6,22-27; Sl 66; Gl 4,4-7; Lc 2,16-21

Diácono Milton Restivo
 Maria, a mãe de Jesus
§  “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lc 1,43)
§  “Simão abençoou-os e disse à Maria, a mãe: ‘Eis que este menino está posto para a ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição. E uma espada trespassará a tua alma, a fim de descobrirem os pensamentos escondidos no coração de muitos’.” (Lc 2,34-35).
§  “Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe...” (Mt 2,11)
§  “Não é este o carpinteiro, o Filho de Maria”? (Mc 6,3)
§  “Perto da cruz permaneciam de pé sua mãe...” (Jo 19,25)
§  “Todos estes, unânimes, preservaram na oração com algumas mulheres entre as quais Maria, a mãe de Jesus...” (At 1,14)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Sagrada Família

Ano A / Cor: branco / Leituras: Eclo 3,3-7.14-17; Sl 127 (128); Cl 3,21-21; 2,13-15.19-23

“Levante-se, pegue o menino e a mãe dele e fuja para o Egito” (Mt 2,13)
 
Diácono Milton Restivo
As festividades do dia do Natal passaram, mas ainda continuamos saboreando a alegria de um Deus que quis se fazer homem no seio de uma virgem, Maria, e escolhendo como pai adotivo José, um homem justo. Está formada uma família: José, Maria e Jesus. A idéia da família sempre passeou nos pensamentos de Deus. A Trindade é uma família, a família por excelência. Quando Deus criou o mundo, colocando nele todas as maravilhas que o homem não soube preservar e conservar, “e Deus viu que era bom” (Gn 1,25), Deus quis criar o homem: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. (Gn 1,26). Mas, percebendo que o homem estava muito solitário, deu-lhe uma companheira, modelando-a da costela do homem (cf Gn 2,20-25). Agostinho de Hipona disse em um de seus sermões: "O Senhor fez a mulher não da cabeça do homem, para não ser sobre ele, nem de seus pés, para não ser inferior a ele, mas a fez do seu lado, para ser a sua companheira auxiliadora". Entendemos com isso que Deus não tirou a mulher do pé do homem, para que o homem se sentisse superior a ela e a humilhasse. Não a tirou da cabeça do homem para que ela se sentisse dominadora e subjugasse o homem. Tirou-a da costela, do lado do coração, para que ambos tivessem a mesma dignidade e responsabilidade na conservação das coisas que Deus criou.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal do Senhor

Diácono Milton Restivo
“Estando José e Maria ali (em Belém), completaram-se os dias do seu parto, e Maria deu à luz seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura por não haver lugar para eles na estalagem.” (Lc 2,6-7). E o Anjo Gabriel visitou Maria em sua pequena e pobre casa de Nazaré e lhe anunciou que ela fora escolhida pelo Senhor para ser a Mãe do Salvador. Nove meses depois da visita do Anjo Jesus nasce na gruta de Belém. Para relembrar esse maravilhoso acontecimento, em todos os fins de ano, o povo faz festas bonitas, presépios de todos os tamanhos e formas. E isso é bom. Isso é ótimo. Quando fazemos isso é porque queremos festejar a data natalícia de Jesus, o Filho de Maria. Mas, quando essa data acontecer, convém que saibamos que o presépio real, onde Jesus nasceu, não era nem um pouquinho bonito. O local onde Maria deu à luz a Jesus era paupérrimo e chocante, sem conforto e sem condições de recepcionar qualquer ser humano que estivesse nascendo, muito menos o Filho de Deus que se fazia homem.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

III Domingo do Advento

Ano A / cor: roxo / Leituras: Is 35,1-6.10; Sl 145 (146); Tg 5,7-1-; Mt 11,2-11

É você que deve vir, ou devemos esperar outro? (Mt 11,3)

Diácono Milton Restivo
A liturgia deste terceiro domingo do Advento nos traz, novamente, o profeta Isaias, que é uma figura constante neste tempo do Advento. Isaias foi o profeta do Antigo Testamento que mais vaticínios fez a respeito do Messias, e todas confirmadas nos Evangelhos e Atos dos Apóstolos. Assim como o tempo do Advento prepara os fiéis para a vinda de Jesus, Isaias, nesta leitura, conforta o povo israelita que estava exilado e escravizado em terras estrangeiras e vislumbra dias melhores para o povo, dizendo que Yahweh vem para salvá-los, antevendo a era messiânica que o profeta ansiava: “Fortaleçam a mão cansada, firmem os joelhos cambaleantes; digam aos corações desanimados: ‘Sejam fortes! Não tenham medo! Vejam o Deus de vocês: ele vem para vingar, ele traz um prêmio divino, ele vem para salvar vocês” (Is 35,3-4). Isaias procura elevar a moral e a auto estima do povo escravizado dando-lhe injeções de ânimo, esperança e otimismo: “Alegrem-se o deserto e a terra seca, o campo floresça de alegria; como o narciso, cubra-se de flores transbordando de contentamento e alegria, pois lhe será dado o explendor do Líbano, a beleza do Carmelo e do Sarão” (Is 35,1-2a). Isaias convoca a todos para contemplar as maravilhas de Yahweh: “Todos verão a glória de Yahweh, a beleza do nosso Deus” (Is 35,2b), e descreve as maravilhas que Yahweh irá realizar no meio do povo e para a reabilitação do seu povo: “Então, os olhos dos cegos vão se abrir, e se abrirão também os ouvidos dos surdos; os aleijados saltarão com cervo, e a língua do mudo cantará...” (Is 35,5-6a).

sábado, 4 de dezembro de 2010

II Domingo do Advento

Ano A / cor: roxo / Leituras Is 11,1-10; Sl 71 (72); Rm 15,4-9; Mt 3,1-12

“Esta é a voz daquele que grita no deserto...” (Mt 3,3)

Diácono Milton Restivo
A primeira leitura desta liturgia nos traz o profeta Isaias, que é conhecido como o mais messiânico profeta do Antigo Testamento, isto é, o que mais profetizou sobre a vinda do Messias, como vimos na meditação da semana passada. Isaias é o profeta de grande reverência a Yahweh e que transmite temor constante, chamando Yahweh de “O Santo de Israel”, termo repetido isso por vinte e cinco vezes no decorrer de seus escritos. Isaias foi um adorador de Yahweh por excelência.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Campanha para a Evangelização 2010

“Em Cristo somos novas criaturas”. Este é o lema da Campanha para a Evangelização  que começa no próximo domingo, 21, em todas as dioceses do Brasil. Aprovada pela 35ª Assembleia Geral da CNBB em 1997, a Campanha tem como objetivo arrecadar fundos para a sustentação do trabalho de evangelização da Igreja no Brasil.
A Campanha para a Evangelização é realizada durante o advento e termina no dia 12 de dezembro. Nas celebrações deste dia é feita uma coleta em todas as paróquias e comunidades eclesiais.
“A Campanha para a evangelização, além de estar em perfeita harmonia com o espírito do tempo do Advento, também tem a finalidade de angariar fundos que garantam a continuidade da obra evangelizadora em nosso país”, explica o presidente da Comissão da CNBB responsável pela Campanha, D. Raymundo Damasceno Assis.
“Com o resultado da coleta nacional para a evangelização, não só realizamos a manutenção da CNBB nacional e regional e a realização de seus trabalhos, como também financiamos projetos evangelizadores em todo o território nacional”, acrescenta dom Damasceno.
Com o tema “Encarnação e nova criação”, a Campanha deste ano traz como uma das novidades um texto-base que aprofunda o lema “Em Cristo somos nova criatura”. O texto dá, também, orientações para a organização e animação da Campanha nas dioceses e paróquias.
Segundo o texto-base, ao propor este tema e lema, que estão em sintonia com a Campanha da Fraternidade do próximo ano, a Campanha visa “despertar nos fiéis a relação entre fé e vida, através da conscientização sobre a responsabilidade diante da vida no planeta como elemento essencial para a realização do trabalho evangelizador a fim de que, pela palavra, pela ação e pela doação pessoal e material, todos contribuam de maneira mais efetiva para a ação evangelizadora da Igreja”.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Jesus Cristo, Rei do Universo

Ano: C / Cor: branco / Leituras: 2Sm 5,1-3; Sl 121 (122); Cl 1,12-20; Lc 23,35-43

“SE ÉS O REI DOS JUDEUS, SALVA-TE A TI MESMO” (Lc 23,37)

Diácono Milton Restivo

Chegamos ao último domingo do Tempo Comum e que também é o último domingo do Ano Litúrgico “C”, onde lemos e meditamos todo o Evangelho escrito por Lucas. No próximo domingo, dia 28 de novembro, começaremos o Tempo do Advento, que é o período onde nos prepararemos para o Natal do Senhor e também será o primeiro dia do novo Ano Litúrgico, desta feita o ano “A”, que voltar-se-á para o Evangelho escrito por Mateus.
Como vimos nas nossas meditações anteriores, a partir do Evangelho de Lucas 9,51, Jesus “tomou a firme decisão de partir para Jerusalém”, porque “estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu”. Finalmente, para Jesus, chegou o momento para justificar o porque “a Palavra se fez homem e veio habitar entre nós” (Jo 1,14a) e realizar o término de sua jornada para Jerusalém e entre os homens.

sábado, 13 de novembro de 2010

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (14/11/2010)
Ano C / Cor: verde / Leituras: Ml 3,19-20; Sl 97; 2Ts 3,7-12; Lc 21,5-19

Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído. (Lc 21,6)
 
Diácono Milton Restivo
Estamos chegando ao final do Ano Litúrgico. O Ano Litúrgico é o tempo que marca as datas dos acontecimentos da História da Salvação. O Ano Litúrgico não corresponde ao ano civil, que começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de dezembro, mas o início do Ano Litúrgico acontece no primeiro domingo do Advento, que corresponde ao quarto domingo antes do Natal, e termina no último sábado do tempo comum, que é o sábado da véspera do primeiro domingo do Advento, e isso sempre acontece no final de novembro. No próximo domingo, festa de Cristo Rei, teremos o último domingo do presente Ano Litúrgico e a semana que se segue é a última semana deste Ano Litúrgico. Neste penúltimo domingo do corrente Ano Litúrgico a liturgia nos apresenta o “Dia do Senhor”. O que quer dizer “Dia do Senhor”? Do profeta Isaías ao Apocalipse, o termo "dia do Senhor" aparece em vinte e cinco citações e expressões semelhantes surgem em vários outros.

domingo, 7 de novembro de 2010

FESTA DE TODOS OS SANTOS (07/11/2010)
Cor: branco / Leituras: Ap 7,2-4.914; Sl 23 (22); 1Jo 3,1-3; Mt 5,12

“Felizes os de puro coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8)

Diácono Milton Restivo
O dia de Todos os Santos, antigamente, era comemorado festivamente no primeiro dia de novembro, que era feriado, mas, como deixou de ser feriado, a Igreja transfere esta comemoração litúrgica para o primeiro domingo do mês de novembro. E o dia de Todos os Santos, como sugere a comemoração, é dedicado a todos os santos existentes: aos santos que conhecemos e aos santos que não conhecemos; aos santos que sabemos o nome e a sua história, e aos santos que não sabemos o nome nem a história de sua vida e que jamais ouvimos falar. A festa de todos os santos é uma das comemorações mais importante da Igreja e do calendário litúrgico, é a festa da família da Igreja. A fé nos apresenta os santos todos como nossos irmãos, pessoas que foram como nós, com os nossos anseios, problemas, alegrias e sofrimentos, que viveram em épocas e lugares diferentes ou situações idênticas ou contrárias às nossas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM (31/10/2010)
Ano C / Cor: verde / Leituras: Sb 11,22–12,2; Sl 144 (145); 2Ts 1,11-2,2; Lc19,1-10

"Ele procurava ver quem era Jesus..."

Diácono Milton Restivo
A primeira leitura desta liturgia é tirada do livro da Sabedoria, que não consta da Bíblia protestante, e é uma jóia preciosa e rara da descrição do grande amor que Deus tem pela sua criação: “Sim, amas tudo o que existe e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa, não a terias criado”. (Sb 11,24). Mas, de uma maneira especial, o escritor sagrado deixa claro que dentre todas as criaturas, Deus ama de maneira especial o homem, e com ele tem um carinho especial: “Entretanto, de todos tens compaixão, porque tudo podes. Fecha os olhos aos pecados dos homens, para que se arrependam. [...] A todos, porém, tu tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor amigo da vida. O teu espírito incorruptível está em todas as coisas! É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti, Senhor”. (Sb 11,23.26; 12,1-2).

sábado, 23 de outubro de 2010

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM (24/10/10)
Ano C / Cor: verde / Leituras: Eclo 35,15-17.20-22; Sl 33; 2Tm 4,6-8.16-18; Lc 18,9-14
Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador

Diácono Milton Restivo
A liturgia de hoje continua a incentivar para a oração e prega a igualdade, a fraternidade e a ser benevolente para com os pobres e desamparados. A primeira leitura, tirada livro do Eclesiástico, diz: “O Senhor é juiz e não faz diferença entre as pessoas. Ele não dá preferência a ninguém contra o pobre. Pelo contrário, atende a súplica do oprimido. Ele não despreza a súplica do órfão, nem a viúva que desafoga as suas queixas. Será que as lágrimas da viúva não lhe descem pela face, e o grito dela não se levanta contra quem a faz chorar? Quem serve ao Senhor será recebido com benevolência, e sua súplica chegará até as nuvens. A súplica do pobre penetra as nuvens, e ele não sossega, enquanto ela não chegar até lá. Ele não desiste, até que o Altíssimo intervenha para fazer justiça aos justos e realize o julgamento. O senhor não tardará...”. (Eclo 35,15-19a). Deus não faz nenhuma diferença entre os homens. Deus não dá preferência a ninguém; ama com igualdade a todos. Apenas é agradável a Deus aquele que pratica a justiça e o teme: “Pedro começou a falar: ‘De fato, estou compreendendo que Deus não faz diferença entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, seja qual for a nação a que pertença”. (At 10,34-35); “Porque Yahweh seu Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, valente e terrível, que não faz diferença entre as pessoas, nem aceita subornos. Ele faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o imigrante, dando-lhe pão e roupa”. (Dt 10,17-18); “Deus não é parcial a favor dos poderosos, nem favorece o rico contra o pobre, porque todos são obras de suas mãos”. (Jó 34,19). Deus não faz distinção entre pobres e ricos, brancos e negros, baixos ou altos, brasileiros, japoneses ou de quaisquer outras nacionalidades, entre doutores e analfabetos, entre patrões e empregados. “De fato, vocês todos são filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, pois todos vocês, que foram batizados em Cristo, se revestiram de Cristo. Não há mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo”. (Gl 3,26-28). Deus é Pai de todos e trata a todos com igualdade, atuando na vida de todos e de cada um. Deus ouve as súplicas de todos sem dar preferência a quem quer que seja, pois todos são seus filhos amados e “todos são obras de suas mãos”. A oração agradável a Deus começa com a vida de amor e respeito entre os irmãos. Não se pode agradar a Deus se há desavenças entre irmãos: “Se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar que seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a oferta ai diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois volte para apresentar a oferta”. (Mt 5,23-24). Deus vê o coração sem se preocupar com o valor ou o tamanho da oferta. O amor e a humildade são a primeira condição para ser atendido por Deus.

sábado, 16 de outubro de 2010

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM (17/10/2010)
Ano C / Cor: verde / Leituras: Ex 17,1-13; Sl 120 (121); 2Tm  3,14 - 4,2; Lc 18,1-8

“O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”
 
Diácono Milton Restivo
A liturgia de hoje nos chama à realidade da oração. A oração é uma estrada de mão dupla através da qual o cristão, com as suas súplicas, queixas e louvores, chega à presença de Deus, e Deus vem ao seu encontro, com as respostas: “Chame por mim que eu responderei, anunciando coisas grandiosas e sublimes, que você não conhece”. (Jr 33,3). “Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres. [...] Não se inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças.” (Fl 4,4a.6). “Aproximemos-nos do trono da graça com plena confiança, a fim de alcançarmos misericórdia, encontrarmos graça e sermos ajudados no momento oportuno”. (Hb 4,16). As leituras desta liturgia evocam a oração, a confiança, a entrega nas mãos de Deus, a expectativa de os pedidos serem atendidos e a certeza de que, embora tenhamos urgência em sermos ouvidos, Deus determina a hora em que isso aconteça.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Diácono Milton Restivo
No dia 12 de outubro o Brasil inteiro festeja o dia de Nossa Senhora Aparecida. Esta foi a maneira que Maria, a mãe de Jesus, se manifestou em defesa do povo oprimido e escravizado da época: os negros que vieram à força da África. Na pequena imagem encontrada no rio Paraíba, Maria, a mãe de Jesus, assumiu a cor negra, a cor do povo que era submetido às mais duras privações. Maria sempre vem em socorro ao povo oprimido e vilipendiado, e sempre se identifica com ele.
A sua história teve início em meados de 1717, quando chegou à cidade de Guaratinguetá a notícia de que o conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, governador da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, hoje Minas Gerais, iria passar pela povoação a caminho de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, nas Minas de Ouro. Desejosos de servi-lo com o melhor pescado que obtivessem, as autoridades determinaram que os pescadores do lugarejo fossem colher do rio o que de mais nobre ele poderia oferecer: belos peixes. Na região de um bairro, que hoje é Aparecida do Norte, mas que na época chamava-se Morro dos Coqueiros, moravam alguns pescadores, entre eles Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso. Seguindo aquela ordem da Câmara, os três pescadores também saíram, na mesma canoa, para pescarem rio acima. E pescaram durante horas e horas, e nada conseguiram. Por fim, ao chegarem a uma curva do rio, chamada Itaguaçu, lançaram a rede e, ao puxarem a rede, tiraram das águas uma imagem de Nossa Senhora que se enroscou nas malhas da rede, mas, essa imagem estava sem a cabeça, era somente o corpo. Que valor teria para eles uma imagem quebrada, somente o corpo, sem a cabeça? Claro que nenhum. Mesmo assim eles colocaram aquela imagem no fundo da canoa e continuaram a lançar a rede, continuaram a pescaria. Logo em seguida, ao puxarem as redes, notaram que estava enroscada em uma malha a cabeça da imagem, e viram que se encaixava direitinho no corpo. A partir daí, cada vez que lançavam a rede maior era o número dos peixes que retiravam do rio, motivo pelo qual os pescadores deram por encerrada a pescaria, e voltaram para suas casas com grande quantidade de grandes peixes.
Tudo isso aconteceu no dia 12 de outubro de 1717.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (10/10/10)
Ano C / cor: verde / Leituras: 2Rs 5,14-17; Sl 97 (98); 2Tm 2,8-13; Lc 17,11-19
Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?” (Lc 17,17)

Diácono Milton Restivo
A liturgia continua mostrando Paulo, preso em Roma, escrevendo para Timóteo. São conselhos e advertências paternais e de um pastor, ausente por força das circunstâncias que, mesmo à distância, se preocupa com o seu rebanho e dá instruções ao seu discípulo muito amado. Paulo não perde de vista o objetivo de sua missão: “Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho”. (2Tm 2,8). Como vemos, antes de surgirem os quatro evangelhos que conhecemos, Paulo já tinha escrito o seu evangelho; um evangelho teológico e doutrinário, que não se preocupou em narrar a história propriamente dita de Jesus, mas os seus ensinamentos que já haviam sido inseridos e assimilados na vida de cada comunidade que ele, Paulo, fundara. E Paulo tinha como ponto de partida e meta de chegada do seu Evangelho: “Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos”. Paulo se diz prisioneiro, como realmente estava em Roma e, por anunciar e viver os ensinamentos de Jesus Cristo, perdera a sua liberdade: “pelo qual estou sofrendo até algemas, como malfeitor”. (2Tm 2,9). As cartas que Paulo escreveu a Timóteo contêm conselhos a serem seguidos por nós hoje também. Nesta segunda carta Paulo encoraja Timóteo a continuar pregando a palavra, corrigindo, repreendendo e orientando: “... proclame a Palavra, insista no tempo oportuno e inoportuno, advertindo, reprovando e aconselhando com toda paciência e doutrina”. (2Tm 4,2), mesmo no meio de muitas perseguições pelas mãos dos infiéis: “Ademais, todos os que querem viver com piedade em Jesus Cristo serão perseguidos. Quanto aos maus e impostores, eles progredirão no mal, enganando e sendo enganados”. (2Tm 3,12-13).

sábado, 2 de outubro de 2010

Pe. Enrico Galimberti (1927-2010)

  • Nasceu na cidade de Seregno, Itália, aos 13 de setembro de 1927, filho de Giovanni e de Teresa Galimberti.
  • Entrou no Seminário Diocesano aos 13 anos de idade, mas logo escolhe entrar para o Instituto dos Missionários Combonianos, como resposta a uma vocação missionária.
  • Consagrou-se no Instituto dos Missionários Combonianos em 15 de agosto de 1946.
  • Foi ordenado Presbítero aos 07 de junho de 1952, na catedral de Milão.
  • Permaneceu no seu país durante 13 anos, até 1965, em intenso trabalho missionário.
  • Dirigiu a Editora EMI e uma outra, para publicações missionárias.
  • Apoiou os trabalhos de Raoul Follereau (luta mundial contra a hanseniase)
  • Chegou ao Brasil em 1966, passando a trabalhar como ecônomo provincial dos Combonianos
  • Foi Diretor da revista Sem Fronteiras, Procurador das Missões e ecônomo da Casa Comboni de Rio Preto
  • Trabalhou em diversas paróquias, em Brasília, no Espírito Santo e em Rio Preto.
  • Foi Administrador Paroquial da Paróquia São Pedro e São Paulo durante 08 anos, de 1999 a 2006, quando trabalhou incansável pela construção da nossa Igreja.
  • Desde 2007 era Vigário Paroquial do Santuário São Judas, em Rio Preto.
  • Faleceu na Itália, no último dia 13 de setembro, quando completou  83 anos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

XXII DOMINGO DE TEMPO COMUM (29/08/2010)

Ano C / Cor: verde / Leituras: Eclo 3,17-21.30-31; Sl 67 (68); Hb 12,18-19.22-24; Lc 14,1.7-14

Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado

Diácono Milton Restivo
A primeira leitura da liturgia de hoje é tirada do livro do Eclesiástico, também chamado “Sirácida”, “Sirácide” ou ainda, “Sabedoria de Jesus, filho de Sirac” em algumas tradições da Bíblia. Na Igreja primitiva Latina o Eclesiástico  era chamado “Livro da Igreja” porque era utilizado com frequência para a instrução, a catequese dos fiéis. Está relacionado entre os “livros sapicienciais” da Bíblia como o Eclesiastes, com o qual não se confunde, além de Salmos, Provérbios, Cântico dos Cânticos, Jó e Sabedoria. Desde os primeiros séculos do Cristianismo o nome mais comum para designar este livro foi “Eclesiástico” (do latim “Ecclesiasticus liber”), o que significa o livro da igreja ou da assembléia. São Cipriano (200-258), bispo da cidade de Cartago e mártir, parece ter sido o primeiro a usar esse nome, devido ao uso que dele se fazia na Igreja primitiva para a catequese dos catecúmenos, ou seja, dos que estavam sendo preparados para o batismo. Com efeito, de entre os Livros Sapienciais, é o Eclesiástico o mais rico de ensinamentos práticos, apresentados de um modo paternal e persuasivo. Apesar de se lhe chamar também, como vimos acima, de “Sirácide” ou “Sirácida”, derivado de uma forma alternativa de “Sirac”, os principais manuscritos gregos usam o título de “Sabedoria de Jesus, filho de Sirac” (Eclo 50,27) ou então, simplesmente, “Sabedoria de Sirac”: “Jesus, filho de Sirac de Jerusalém, escreveu neste livro uma doutrina de sabedoria e ciência, e derramou nele a sabedoria de seu coração. Feliz aquele que se entregar a essas boas palavras; aquele que as guardar no coração será sempre sábio; pois, se ele as cumprir, será capaz de todas as coisas, porque a luz de Deus guiará os seus passos”. (Eclo 50,29-31). Este livro não consta da Bíblia protestante, considerado por esses nossos irmãos queridos como livro apócrifo, isto é, não revelado, mas, contrariando essa postura, o Livro do Eclesiástico é citado centenas de vezes nos livros do Novo Testamento. Podemos citar alguns exemplos das centenas que ali existem: Tg 1,19; “Vocês já sabem, meus queridos irmãos: cada um seja pronto para ouvir, mas lento para falar...”; = Eclo 5,11: “Esteja pronto para ouvir e lento para dar a resposta”; Mt 11,29: “Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração” = Eclo 51,23ss: “Aproximem-se de mim, vocês que não tem instrução”; Lc 1,52: “Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes” = Eclo 10,14: “O Senhor derruba o trono dos poderosos e faz os humilhados assentarem-se no lugar deles”; Ef 6,1: "Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor: porque isto é justo”. = Eclo 3,2: “Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos”.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM (22/08/2010)
Ano C / Cor verde / Leituras: Is 66,18-21; Sl 117 (116); Hb 12,5-7.11-13; Lc 13,22-30

FAÇAM TODO ESFORÇO POSSÍVEL PARA ENTRAR PELA PORTA ESTREITA

Diácono Milton Restivo

Na primeira leitura da liturgia de hoje vemos que há uma revelação profética da segunda vinda de Cristo. “Eu que conheço suas obras e seus pensamentos, virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão a minha glória”. (Is 66,18). Nessa segunda vinda Jesus vai reunir todas as nações juntas por causa de suas obras e de seus pensamentos. Isso não aconteceu na sua primeira vinda. Vai haver um último dia. “Porei no meio deles um sinal...” (Is 66,19a). Que sinal seria esse? A cruz, conhecida mundialmente. A cruz, em primeiro lugar, é a declaração do amor de Deus para a sua criação e suas criaturas: “Pois Deus amou de tal forma o mundo, que entregou seu filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3,16). Para os que crêem, a cruz tem um significado mais profundo. A cruz significou, para Jesus, uma luta para ir onde não queria, fazer o que não queria, dar o que não queria, mas que a vontade do Pai fosse feita independente do que ele gostaria que fosse: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim esse cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como tu queres”. (Mt 26,39b): “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga”. (Lc 9,23b). Por nós Jesus aceitou e suportou a cruz: “Em troca da alegria que lhe era proposta, ele se submeteu à cruz, desprezando a vergonha, e se assentou à direita do trono de Deus.” (Hb 12,2b).

sábado, 14 de agosto de 2010

ASSUNÇÃO DE MARIA (15/08/2010)

Ano C; cor: branco; 1Cro 15,3-4.15-6; 16,1-2; Sl 131 (132); 1Cor 15,54-57; Lc 11,27-28

“FELIZ O VENTRE QUE TE TROUXE E OS SEIOS QUE TE AMAMENTARAM”

Diácono Milton Restivo
Celebramos hoje a festa da Assunção de Maria aos céus. Assunção de Maria é a crença tradicional realizada pelos cristãos católicos, ortodoxos, anglicanos, e algumas denominações protestantes que a Virgem Maria, no final de sua vida, foi fisicamente assunta para o céu; é uma das festas mais antigas do Oriente onde é conhecida, também, como “Dormição de Maria”. A Igreja Católica ensina esta crença como um dogma de que a Virgem Maria “ao concluir o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celestial.” Esta doutrina foi dogmaticamente definida pelo Papa Pio XII em 01 de novembro de 1950, na sua  Constituição Apostólica Munificientissimus Deus. A festa da assunção para o céu da Virgem Maria é celebrada como a “Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria” pelos católicos, e como a “Dormição de Maria” pelos cristãos ortodoxos. O Novo Catecismo da Igreja Católica declara: “A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos” (CIC 966). O Frei Clodovis Boff, na entrevista que deu à revista Ave Maria de agosto de 2010, diz que “o dogma da Assunção mostra o destino último  do nosso corpo, que é a glória. E já que se trata do corpo de uma mulher, corpo aviltado de tantos modos, mostra como Deus se “vinga” disso, exaltando o corpo da Virgem numa apoteose suprema.”

quinta-feira, 29 de julho de 2010

XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (01/08/2010)
Ano C / Cor: verde / Leituras: Ecl 1,2; 2,21-23; Sl 89 (90); Cl 3,1-5.9-11; Lc 12,13-21

Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância...”

Diácono Milton Restivo
A liturgia de hoje aborda o tema “ganância e avareza”. A ganância é o sentimento de busca incondicional e desmedida que uma pessoa propõe a si própria para alcançar sonhos e objetivos, muitas vezes escusos ou indevidos. Ganância é um sentimento humano negativo que se caracteriza pela vontade de possuir somente para si próprio tudo o que existe, não se preocupando com as necessidades do próximo. É um egoísmo excessivo direcionado, principalmente, para a riqueza material, para o dinheiro. É o apego exorbitante e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro, priorizando-os e deixando Deus e o  próximo em segundo plano. A ganância é a irmã gêmea da avareza. A ganância e a avareza são considerados o pecado mais tolo por se firmar em possibilidades. A avareza é um dos sete pecados capitais que são considerados os mais condenáveis sob o ponto de vista cristão porque esses pecados geram outros pecados, outros vícios que deterioram a vida cristã. O avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus e a partilha com o irmão. Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não seja Deus, como se fosse um deus e foi exatamente isso que a última Campanha da Fraternidade tratou: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Você não pode servir a Deus e às riquezas” (Mt 6,24). Avareza é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir tudo e qualquer coisa. Para o avarento os bens materiais deixam de ser um meio para aquisição de bens e serviços e para a satisfação das necessidades, mas um fim em si. A avareza opõe-se à virtude da generosidade. “Quem ama o dinheiro jamais se saciará do dinheiro. Quem é apegado às riquezas, nunca se farta com a renda. Isso também é vaidade. Quando as riquezas aumentam, crescem também aqueles que as devoram. Que vantagem tem o proprietário além de ficar sabendo que é rico?” (Ecl 5,9-10). O acúmulo de riqueza é uma grande vaidade, senão a maior.

sábado, 17 de julho de 2010

XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM (18/07/2010)

Ano C / Cor: verde / Leituras: Gn 18,1-10; Sl 14 (15); Cl 1,24-28; Lc 10,38-42

"Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada"
 
Diácono Milton Restivo
Se existe uma virtude incentivada e valorizada nas Sagradas Escrituras, essa virtude é a hospitalidade. Temos vários exemplos disso nos Livros Sagrados mas, apenas para ilustrar a meditação de hoje, vamos pegar como referencia a citação de Gênesis 19,1-29, onde Lot, sobrinho de Abraão, recebe e dá abrigo em sua casa a dois mensageiros do Senhor. Por essa sua atitude hospitaleira Lot e toda a sua família foram salvos da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra que, em virtude dos pecados de seus moradores, foram totalmente destruídas pelo Senhor que “... Fez chover sobre Sodoma e Gomorra, enxofre e fogos vindos de Iahweh e destruiu estas cidades e toda a planície com todos os habitantes da cidade e a vegetação do solo”. (Gn 19,24).
Jesus também, por várias vezes, se socorre da hospitalidade de seus amigos e admiradores. Encontramos um desses fatos no Evangelho de Lucas, quando Jesus, “... Estando em viagem, entrou num povoado e certa mulher, chamada Marta, recebeu-o em sua casa.” (Lc 10,38).

sábado, 10 de julho de 2010

XV DOMINGO DO TEMPO COMUM (11/07/2010)
Ano: C / Cor: verde
Leituras: Dt 30,10-14 / Sl 68 ou Sl 18B  / Cl 1,15-20 / Lc 10,25-37
 “E quem é o meu próximo?” (Lc 10,27)
Diácono Milton Restivo
A primeira leitura da liturgia de hoje evoca o preceito fundamental e a oração mais importante no judaísmo: “Ouça a voz do Senhor teu Deus e observe todos os seus mandamentos e preceitos, que estão escrito nesta lei. Converta-se para o Senhor seu Deus com todo o seu coração e com toda a sua alma”. (Dt 30,10). É um lembrete da oração principal dos judeus que era recitada (e ainda deve ser recitada) todos os dias e está contida no livro do Deuteronômio, sendo conhecida como “Shemá Israel”, ou seja “Ouça Israel”: “Ouça, Israel! Iahweh nosso Deus é o único Yahweh. Portanto, ame a Yahweh seu Deus de todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua força. Que estas palavras que hoje eu lhe ordeno, estejam em seu coração. Você as inculcará em seus filhos, e delas falarás sentado em sua casa e andando em seu caminho, estando deitado ou de pé. Você também as amarrará em sua mão como sinal e elas serão como faixas  entre seus olhos. Você as escreverá  nos batentes de sua casa e nas portas da cidade”. (Dt 6,4-9). Esta oração era recitada todas as manhãs e à noite durante as orações judaicas. Sua recitação, duas vezes por dia, era um mandamento religioso para judeus praticantes. A oração completa do "Shemá Israel" está contida em Dt 6,4-9, e o complemento em Dt 11,13-21 e Nm 15,37-41.

domingo, 4 de julho de 2010

São Pedro e São Paulo


Ano: C / cor: vermelho / Leituras:

At 12,1-11 - O Senhor me libertou do poder de Herodes

Sl 33 - De todos os temores me livrou o Senhor Deus
2Tm 4,6-8.17-18 - Combati o bom combate, guardei a fé

Mt 16,13-19 - Tu és Pedro!


Reconhecer e testemunhar que Jesus é o Messias

Diácono Milton Restivo
Celebramos, neste domingo, a festa litúrgica dos Apóstolos que consideramos as duas colunas mestras da nossa Igreja: Pedro e Paulo. Para ambos o chamamento de Cristo para o apostolado foi diferente, em épocas diferentes, de modo diferente e viveram seus apostolados de maneira diferente, mas com todo o fervor, culminando por dar a vida para testemunharem os ensinamentos de Cristo e o grande amor que Jesus teve por todos e cada um de nós, e isso para confirmar a desigualdade dentro da unidade da Igreja de Jesus Cristo.




Conheçamos Pedro

Pedro, inicialmente pescador da Galiléia, se tornou discípulo e depois apóstolo de Jesus, quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia,, quando viu dois irmãos, Simão, também chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando a rede no mar, pois eram pescadores. Jesus disse para eles: ‘Sigam-me, e eu farei de vocês pescadores de homens’. Eles deixaram imediatamente as redes e seguiram a Jesus”. (Mt 4,18-20). Não temos dados quanto à data de seu nascimento e as principais fontes de informação sobre sua vida são os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), onde consta Pedro sempre com destaque em todas as narrativas evangélicas, assim como nos Atos dos Apóstolos, citado nas epístolas de Paulo e escrito duas epístolas do seu próprio punho.

sábado, 26 de junho de 2010

XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (27/06/2010)



Ano C; cor: verdeLeituras:


1Rs19,16b.19-21 = Eliseu levantou-se e seguiu Elias

Sl 15 = Ó Senhor, sois minha herança para sempre

Gl 5,1.13-18 = Fostes chamados para a liberdade

Lc 9,51-62 = Eu te seguirei para onde quer que fores

Diácono Milton Restivo
A liturgia de hoje coloca novamente em destaque, na sua primeira leitura, a vocação do profeta. Desta feita fala de Elias, o príncipe dos profetas do Antigo Testamento e Eliseu, seu discípulo. Todas as vezes que é lida e meditada uma passagem da Bíblia, principalmente do Antigo Testamento, há a necessidade de ser conhecida a situação do momento e da realidade que o personagem está vivendo e tudo o que à sua volta está acontecendo: a política, a religião, a economia, os costumes, a moral e tudo o mais que leva o personagem a tomar determinadas atitudes e posições a favor ou contra. É temerário buscar trazer os fatos de então para os dias atuais tais como eram e tentar compará-los com a realidade de hoje. Qual seria o pano de fundo da vivência do profeta Elias e, depois, de seu discípulo, Eliseu?  Elias foi o mais famoso e dramático dos profetas de Israel; é daqueles personagens da Bíblia de que nada ou quase nada se conhece antes do início do seu ministério. Nos dias de Elias o Reino do Norte, Israel, foi governado por reis maus, ímpios, injustos, cruéis e, acima de tudo, idólatras e que induziam o povo a se afastar de Yahweh, como aconteceu com os reis Amri, Acab, cuja mulher, Jezabel, havia jurado Elias de morte (cf 1Rs 19,1-3), Ocozias, Jorão. Na época desses reis Elias tentou reorganizar a sociedade, fortalecer a autoridade que vinha de Yahweh, combater a idolatria, aproximar o povo de Yahweh e acabar com a ganância por parte dos poderosos.

sábado, 19 de junho de 2010

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM (20/06/2010)

Ano C / Cor litúrgica: verde / Leituras:

Zc 12,10-11;13,1 - Contemplarão aquele a quem transpassaram

Sl 62 - A minh’alma tem sede de vós

Gl 3,26-29 - Vós todos que fostes batizados vos revestistes de Cristo

Lc 9,18-24 - Tu és o Cristo de Deus! O Filho do Homem deve sofrer muito

Quem dizem os homens que eu sou? (Lc 9,18)
 Diácono Milton Restivo
De algum tempo para esta data viemos meditando juntos a Palavra. De uma maneira especial, nos apegamos à mensagem do Evangelho e, esporadicamente, de uma leitura em especial. A liturgia de hoje nos traz um Salmo de rara beleza, muita carência e muita interiorização: “És tu, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso te busco! A minha alma tem sede de ti, minha carne também te deseja com ardor, como terra seca, esgotada e sem água.” (Sl 63 (62),2).
Mas, antes de nos ater às leituras, acredito ser oportuno relembrarmos de como nos saciamos através da liturgia da Palavra e da liturgia Eucarística. Quando participamos da Santa Missa, antes de nos alimentarmos da Eucaristia, nos alimentamos da Palavra através da Liturgia da Palavra. Não podemos nos alimentar da Eucaristia se antes não tivermos nos alimentado da Palavra, porque, da mesma forma que Jesus está na Eucaristia, está, também, na Palavra, não somente isso, Jesus é a Palavra: “E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória; glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade”. (Jo 1,14). A Liturgia da Palavra tem um conteúdo de suprema importância, pois é nesta hora que Deus nos fala solenemente; Deus nos fala através das leituras do Antigo e do Novo Testamento, do Salmo, do Evangelho e da homilia. O Senhor fala a uma comunidade reunida como “Povo de Deus”.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

XI DOMINGO DO TEMPO COMUM (13/06/2010)
Ano C / Cor litúrgica: verde / Leituras:
2Sm 12,7-10.13 - O Senhor perdoou o teu pecado e não morrerás
Sl 31 - Eu confessei, afinal, meu pecado e perdoaste-me, Senhor
Gl 2,16.19-21 - Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim



Lc 7,36-8,3 - Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados

“Teus pecados estão perdoados”
Diácono Milton Restivo
A liturgia de hoje é muito rica do perdão de Deus: na primeira leitura Yahweh perdoa crimes horrendos do rei Davi. Na segunda leitura Paulo mostra que somos justificados e perdoados por Jesus Cristo e, no Evangelho, Jesus perdoa a pecadora arrependida que lava-lhe os pés com lágrimas e os enxuga com seus cabelos.
A figura de destaque da primeira leitura é um profeta: o profeta Natã. O profeta Natã esteve presente nos reinados de Davi (cf Eclo 47,1) e Salomão (cf 2Cr 9,29). Natã teve a coragem e o destemor de repreender energicamente ao rei Davi pelo grave pecado de adultério com Betsabéia, mulher de seu general Urias, e pelo covarde assassinato do próprio Urias, para ficar com a sua mulher (cf 2Sm 11,2-18). Para entender a mensagem da primeira leitura e o porquê o profeta Natã está advertindo ao rei Davi, se faz necessário que seja lido o contido no livro segundo de Samuel, 11,2-18, senão a leitura fica obscura. Betsabéia era esposa de Urias, um guerreiro heteu que estava a serviço do rei Davi. Passeando uma tarde pelo terraço do palácio, Davi ficou impressionado com a beleza de Betsabéia, que estava se banhando em sua casa. Davi a seduziu e chegou ao cúmulo de expor seu marido, o general Urias, à morte em uma batalha, ordenando, por carta, que foi levada em mãos pelo próprio Urias aos seus comandantes, para que o colocassem a combater em local de extremo risco, com o objetivo de que Urias não tivesse chance de sobreviver ao combate para ficar com a sua esposa Betsabéia e, realmente, Urias sucumbiu em combate (2Sm 11,14-17).

sexta-feira, 4 de junho de 2010

X DOMINGO DO TEMPO COMUM (06/06/2010)


Ano C; cor: verde
 Leituras: 1Rs 17,17-24; Sl 29 (30); Gl 1,11-19; Lc 7,11-17

NÃO CHORES!

Diác. Milton Restivo

Finalizadas as comemorações do Tempo Pascal retomamos ao Tempo Comum que teve reinício imediato na segunda-feira após as festividades de Pentecostes. A festa que comemoramos no domingo passado, da Santíssima Trindade, está inclusa no Tempo Comum, ou seja, teria sido o IX domingo de Tempo Comum. A liturgia, no Tempo Comum, se veste de verde, cor da esperança, da expectativa e da caminhada com Jesus Cristo, bebendo de seus ensinamentos, nos mostrando um Deus que se faz presente nas coisas mais simples dos seus filhos amados e da sua criação.
O Tempo comum compreende trinta e três ou trinta e quatro semanas e é dividido em duas partes: a primeira parte fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma, que é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde devemos anunciar o Reino de Deus; a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser “sal da terra e luz do mundo”: “Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o sabor, com que poderemos salgá-lo? Não serve para mais nada; serve só para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre o monte. Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa”. (Mt 5,13-15). O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos. O Tempo Comum é um período sem grandes acontecimentos. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Breve histórico da Paróquia São Pedro e São Paulo


A hoje Paróquia São Pedro e São Paulo teve seu início como capela da Paróquia São Judas Tadeu.  Sua primeira padroeira foi Santa Rita de Cássia, passando, a seguir, para São Pedro e, finalmente, São Pedro e São Paulo, para evitar confusões com outras paróquias com nomes idênticos. No início as celebrações eram realizadas nas casas dos fieis ou sob as árvores da praça, que eram abundantes, por não ter ainda local apropriado para as celebrações. Entre 1983 e 1985 foi construído um salão para tais fins, existente até hoje na praça da igreja. A capela foi assistida por vários padres combonianos, entre eles os padres, Pedro, Hugo, Florêncio, Afonso, Paulo, Ângelo e Zezinho. Em 1992 foi projetada a atual igreja. Em 05 de fevereiro de 1993 a capela foi elevada a Quase-Paróquia ligada à Paróquia de São Benedito, passando a ser assistida pelo padre Benedito Mazeti.

quinta-feira, 27 de maio de 2010


Santíssima Trindade (30/05/2010)

Ano C - Cor: branco
Leituras: Pr 8,22-31; Sl 8; Rm 5,105; Jo 16,12-15

Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes, e o tratardes com tanto carinho?

Diácono Milton Restivo

Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; seguí-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou.” (Conferência de Aparecida, 18).
A primeira leitura desta liturgia é do livro dos Provérbios e fala da sabedoria de Deus.
Sabedoria é prudência, moderação, temperança, reserva, discernimento das coisas de Deus.
Saber é conhecer, ter informação. Saber é o conjunto coerente de conhecimentos adquiridos em contato com a realidade ou pelo estudo.
Para o cristão a sabedoria é o saber do amor que o Pai lhe tem e é o sabor que gostosamente degusta das maravilhas que o Senhor opera em sua existência.