XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (01/08/2010)
Ano C / Cor: verde / Leituras: Ecl 1,2; 2,21-23; Sl 89 (90); Cl 3,1-5.9-11; Lc 12,13-21
Diácono Milton Restivo
A liturgia de hoje aborda o tema “ganância e avareza”. A ganância é o sentimento de busca incondicional e desmedida que uma pessoa propõe a si própria para alcançar sonhos e objetivos, muitas vezes escusos ou indevidos. Ganância é um sentimento humano negativo que se caracteriza pela vontade de possuir somente para si próprio tudo o que existe, não se preocupando com as necessidades do próximo. É um egoísmo excessivo direcionado, principalmente, para a riqueza material, para o dinheiro. É o apego exorbitante e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro, priorizando-os e deixando Deus e o próximo em segundo plano. A ganância é a irmã gêmea da avareza. A ganância e a avareza são considerados o pecado mais tolo por se firmar em possibilidades. A avareza é um dos sete pecados capitais que são considerados os mais condenáveis sob o ponto de vista cristão porque esses pecados geram outros pecados, outros vícios que deterioram a vida cristã. O avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus e a partilha com o irmão. Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não seja Deus, como se fosse um deus e foi exatamente isso que a última Campanha da Fraternidade tratou: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Você não pode servir a Deus e às riquezas” (Mt 6,24). Avareza é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir tudo e qualquer coisa. Para o avarento os bens materiais deixam de ser um meio para aquisição de bens e serviços e para a satisfação das necessidades, mas um fim em si. A avareza opõe-se à virtude da generosidade. “Quem ama o dinheiro jamais se saciará do dinheiro. Quem é apegado às riquezas, nunca se farta com a renda. Isso também é vaidade. Quando as riquezas aumentam, crescem também aqueles que as devoram. Que vantagem tem o proprietário além de ficar sabendo que é rico?” (Ecl 5,9-10). O acúmulo de riqueza é uma grande vaidade, senão a maior.