quinta-feira, 26 de agosto de 2010

XXII DOMINGO DE TEMPO COMUM (29/08/2010)

Ano C / Cor: verde / Leituras: Eclo 3,17-21.30-31; Sl 67 (68); Hb 12,18-19.22-24; Lc 14,1.7-14

Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado

Diácono Milton Restivo
A primeira leitura da liturgia de hoje é tirada do livro do Eclesiástico, também chamado “Sirácida”, “Sirácide” ou ainda, “Sabedoria de Jesus, filho de Sirac” em algumas tradições da Bíblia. Na Igreja primitiva Latina o Eclesiástico  era chamado “Livro da Igreja” porque era utilizado com frequência para a instrução, a catequese dos fiéis. Está relacionado entre os “livros sapicienciais” da Bíblia como o Eclesiastes, com o qual não se confunde, além de Salmos, Provérbios, Cântico dos Cânticos, Jó e Sabedoria. Desde os primeiros séculos do Cristianismo o nome mais comum para designar este livro foi “Eclesiástico” (do latim “Ecclesiasticus liber”), o que significa o livro da igreja ou da assembléia. São Cipriano (200-258), bispo da cidade de Cartago e mártir, parece ter sido o primeiro a usar esse nome, devido ao uso que dele se fazia na Igreja primitiva para a catequese dos catecúmenos, ou seja, dos que estavam sendo preparados para o batismo. Com efeito, de entre os Livros Sapienciais, é o Eclesiástico o mais rico de ensinamentos práticos, apresentados de um modo paternal e persuasivo. Apesar de se lhe chamar também, como vimos acima, de “Sirácide” ou “Sirácida”, derivado de uma forma alternativa de “Sirac”, os principais manuscritos gregos usam o título de “Sabedoria de Jesus, filho de Sirac” (Eclo 50,27) ou então, simplesmente, “Sabedoria de Sirac”: “Jesus, filho de Sirac de Jerusalém, escreveu neste livro uma doutrina de sabedoria e ciência, e derramou nele a sabedoria de seu coração. Feliz aquele que se entregar a essas boas palavras; aquele que as guardar no coração será sempre sábio; pois, se ele as cumprir, será capaz de todas as coisas, porque a luz de Deus guiará os seus passos”. (Eclo 50,29-31). Este livro não consta da Bíblia protestante, considerado por esses nossos irmãos queridos como livro apócrifo, isto é, não revelado, mas, contrariando essa postura, o Livro do Eclesiástico é citado centenas de vezes nos livros do Novo Testamento. Podemos citar alguns exemplos das centenas que ali existem: Tg 1,19; “Vocês já sabem, meus queridos irmãos: cada um seja pronto para ouvir, mas lento para falar...”; = Eclo 5,11: “Esteja pronto para ouvir e lento para dar a resposta”; Mt 11,29: “Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração” = Eclo 51,23ss: “Aproximem-se de mim, vocês que não tem instrução”; Lc 1,52: “Derruba do trono os poderosos e eleva os humildes” = Eclo 10,14: “O Senhor derruba o trono dos poderosos e faz os humilhados assentarem-se no lugar deles”; Ef 6,1: "Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor: porque isto é justo”. = Eclo 3,2: “Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos”.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM (22/08/2010)
Ano C / Cor verde / Leituras: Is 66,18-21; Sl 117 (116); Hb 12,5-7.11-13; Lc 13,22-30

FAÇAM TODO ESFORÇO POSSÍVEL PARA ENTRAR PELA PORTA ESTREITA

Diácono Milton Restivo

Na primeira leitura da liturgia de hoje vemos que há uma revelação profética da segunda vinda de Cristo. “Eu que conheço suas obras e seus pensamentos, virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão a minha glória”. (Is 66,18). Nessa segunda vinda Jesus vai reunir todas as nações juntas por causa de suas obras e de seus pensamentos. Isso não aconteceu na sua primeira vinda. Vai haver um último dia. “Porei no meio deles um sinal...” (Is 66,19a). Que sinal seria esse? A cruz, conhecida mundialmente. A cruz, em primeiro lugar, é a declaração do amor de Deus para a sua criação e suas criaturas: “Pois Deus amou de tal forma o mundo, que entregou seu filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3,16). Para os que crêem, a cruz tem um significado mais profundo. A cruz significou, para Jesus, uma luta para ir onde não queria, fazer o que não queria, dar o que não queria, mas que a vontade do Pai fosse feita independente do que ele gostaria que fosse: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim esse cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como tu queres”. (Mt 26,39b): “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga”. (Lc 9,23b). Por nós Jesus aceitou e suportou a cruz: “Em troca da alegria que lhe era proposta, ele se submeteu à cruz, desprezando a vergonha, e se assentou à direita do trono de Deus.” (Hb 12,2b).

sábado, 14 de agosto de 2010

ASSUNÇÃO DE MARIA (15/08/2010)

Ano C; cor: branco; 1Cro 15,3-4.15-6; 16,1-2; Sl 131 (132); 1Cor 15,54-57; Lc 11,27-28

“FELIZ O VENTRE QUE TE TROUXE E OS SEIOS QUE TE AMAMENTARAM”

Diácono Milton Restivo
Celebramos hoje a festa da Assunção de Maria aos céus. Assunção de Maria é a crença tradicional realizada pelos cristãos católicos, ortodoxos, anglicanos, e algumas denominações protestantes que a Virgem Maria, no final de sua vida, foi fisicamente assunta para o céu; é uma das festas mais antigas do Oriente onde é conhecida, também, como “Dormição de Maria”. A Igreja Católica ensina esta crença como um dogma de que a Virgem Maria “ao concluir o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celestial.” Esta doutrina foi dogmaticamente definida pelo Papa Pio XII em 01 de novembro de 1950, na sua  Constituição Apostólica Munificientissimus Deus. A festa da assunção para o céu da Virgem Maria é celebrada como a “Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria” pelos católicos, e como a “Dormição de Maria” pelos cristãos ortodoxos. O Novo Catecismo da Igreja Católica declara: “A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos” (CIC 966). O Frei Clodovis Boff, na entrevista que deu à revista Ave Maria de agosto de 2010, diz que “o dogma da Assunção mostra o destino último  do nosso corpo, que é a glória. E já que se trata do corpo de uma mulher, corpo aviltado de tantos modos, mostra como Deus se “vinga” disso, exaltando o corpo da Virgem numa apoteose suprema.”