sábado, 26 de fevereiro de 2011

VIII Domingo do Tempo Comum

Ano: A / cor: verde / Leituras: Is 49,14-15; Sl 61 (62); 1Cor 4,1-5; Mt 6,24-34

“Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno?... Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti” (Is 49,15)

Diácono Milton Restivo

A presença do profeta Isaias é uma constante nas leituras de nossas liturgias, principalmente quando o amor de Deus é colocado em pauta e exaltado. Na primeira leitura desta liturgia Isaias enaltece o amor de mãe que é tão grande e tão bonito que chega a ser comparado, na Bíblia, com o próprio amor de Deus: “Pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas?” (Is 49,15a). Para justificar o sucesso do homem, costuma-se dizer que, por trás de um homem realizado há sempre a figura de uma grande mulher e, com mais definição, quando essa mulher é a mãe. As Sagradas Escrituras nos mostram exemplos disso. O grande profeta e juiz israelita Samuel não teria sido o que foi se não fosse as insistentes orações para ter um filho, de sua mãe, Ana, que era estéril, isto é, não podia ter filhos. A oração de agradecimento a Yahweh de Ana por ter tido um filho, se encontra no primeiro livro de Samuel, 2,1-10. Além de muitos outros exemplos, as Sagradas Escrituras também citam os de Sara, a mulher de Abraão, em favor de seu filho Isaac (cf Gn 21,8-10) e de Rebeca, esposa de Isaac a favor de seu filho Jacó (cf Gn 27).

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

VII Domingo do Tempo Comum

Ano A / Cor: verde / Leituras: Lv 19,1-2.17-18; Sl 102; 1Cor 3,16-23; Mt 5,38-48

“Sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no Céu” (Mt 5,48)

Diácono Milton Restivo

Desde o quarto domingo do Tempo Comum, 30 de janeiro, o Evangelho lido na liturgia aborda os ensinamentos de Jesus proferidos no monte das bem-aventuranças, numa sequência lógica, e assim irá continuar por mais alguns domingos. O sermão da montanha trata dos ensinamentos básicos para o seguimento a Jesus, ou seja, para que os seus discípulos “sejam perfeitos como é perfeito o Pai que está nos céus”. (Mt 5,48). A liturgia de hoje foca essa perfeição e, na primeira leitura, “Yahweh falou a Moisés: ‘Diga a toda a comunidade dos filhos de Israel: Sejam santos, porque eu, Yahweh, o Deus de vocês sou santo”. (Lv 19,1) como já havia dito a esse mesmo povo, anteriormente, em outra oportunidade: “E vocês foram santificados e se tornaram santos, porque eu sou santo [...] Eu sou Yahweh, que os tirei do Egito, para ser o Deus de vocês: sejam santos porque eu sou santo” (Lv 11,44.45), e diria mais tarde: “Sejam santos para mim, porque eu, Yahweh, sou santo. Eu separei vocês de todos os povos para que vocês pertençam a mim”. (Lv 20,26)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

VI Domingo do Tempo Comum

Ano A / Cor: verde / Leituras: Eclo 15,16-21; Sl 118 (119); 1Cor 2,6-10; Mt 5,17-37
 
“O que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu” (1Cor 2,9)

Diácono Milton Restivo

Como temos visto, as primeiras leituras do Tempo Comum é sempre tirada de um dos livros do Antigo Testamento: Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Números. Levítico e Deuteronômio), do livro dos profetas, dos livros chamados históricos e dos livros chamados Sapienciais. A primeira leitura da liturgia de hoje é tirada de um livro sapiencial, o livro do Eclesiástico, que quer dizer “Livro da Igreja” porque, na Igreja primitiva, esse livro era utilizado com frequência para a instrução dos fiéis. O Eclesiástico está relacionado entre os “livros sapienciais” da Bíblia (como o Eclesiastes, com o qual não se confunde, Salmos, Provérbios e outros). Desde os primeiros séculos do Cristianismo até há pouco tempo, o nome mais comum para designar este livro era “Eclesiástico” (do latim “Ecclesiasticus liber”), o que significa o livro da igreja ou da assembléia. O bispo são Cipriano, falecido em 248, parece ter sido o primeiro a usar esse nome, devido ao uso que dele se fazia na Igreja antiga. Este livro também é conhecido como livro de Sirac ou, simplesmente, Sirácida, em relação ao seu autor, Jesus Ben Sirac: “Jesus, filho de Sirac, neto de Eleazar de Jerusalém, gravou neste livro uma instrução de sabedoria e ciência, derramando como chuva a sabedoria do seu coração.” (Eclo 50,27).

sábado, 5 de fevereiro de 2011

V Domingo do Tempo Comum

Ano A / Cor: verde / Leituras: Is 58,7-10; Sl 111 (112); 1Cor 2,1-5; Mt 5,13-16

“Vocês são o sal da terra... Vocês são a luz do mundo” (Mt 5,13.14)

Diácono Milton Restivo

A liturgia de hoje versa sobre dois elementos básicos que, sem eles, o homem não teria condições de uma vida confiável, confortável e saudável: o sal e a luz. O profeta Isaias, na primeira leitura, apela para a misericórdia, a sensibilidade e a generosidade de coração: “repartir a comida com quem passa fome, hospedar em sua casa os pobres sem abrigo vestir aquele que se encontra nu, e não se fechar à sua própria gente” (Is 58,7), o que nos recorda aquilo Jesus diria mais tarde quando se referia ao fim dos tempos: “eu estava com fome e vocês me deram de comer; eu estava com sede e me deram de beber; eu era estrangeiro e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa e me vestiram; eu estava doente e cuidaram de mim; eu estava na prisão e vocês foram me visitar”. (Mt 25,35-36).  Como é interessante a semelhança entre essas duas passagens. Isaias diz que, “se você fizer isso, a sua luz brilhará como aurora, suas feridas vão sarar rapidamente, a justiça que você pratica irá à sua frente e a glória de Yahweh virá acompanhando você. Então você clamará, e Yahweh responderá; você chamará por socorro, e Yahweh responderá: ‘Eis-me aqui’”. (Is 58,8-9a). E Isaias continua: “... se você der o seu pão ao faminto e matar a fome do oprimido. Então a sua luz brilhará nas trevas e a escuridão será para você como a claridade do meio dia.” (Is 58,1). Isaias relaciona a vinda do Messias com a luz que iluminará o mundo: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso” (Is 9,1).