sábado, 28 de maio de 2011

6º Domingo da Páscoa

Ano A / cor: branco / Leituras: At 8,5-8.14-17; Sl 65; 1Pd 3,15-18; Jo 14,15-21

“Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (Jo 14,15)

Diácono Milton Restivo

A prisão e morte de Estevão narradas no livro dos Atos dos Apóstolos 6,8 – 7,60, deram início à primeira grande perseguição sofrida pela Igreja de Jesus Cristo: “Naquele dia, desencadeou-se uma grande perseguição contra a igreja de Jerusalém. [...] Saulo, porém, devastava a Igreja: entrava nas casas e arrastava para fora homens e mulheres, para colocá-los na prisão. E aqueles que se dispersaram iam de um lugar para outro, anunciando a Palavra.” (At 8,1b.3-4)
Com a morte de Estevão a Igreja passa por um período de sofrimento e perseguição. Com o martírio de Estevão as autoridades judaicas tentaram, de uma vez por todas, acabar com os seguidores do Ressuscitado, caçando e matando a todos, tanto mulheres como homens, que criam em Jesus Cristo.O sangue dos mártires é a semente da Igreja”, diria mais tarde Tertuliano (155-222)
Fato inédito e grande paradoxo: ao invés de a perseguição calar os seguidores do Ressuscitado e abafar o Evangelho, acabou fazendo com que o Evangelho saísse de Jerusalém e se espalhasse por outras regiões onde se refugiavam os discípulos e se difundisse cada vez mais e com mais ardor. É o Espírito Santo que assim força a Igreja a sair de seu estreito círculo original, a fim de anunciar o Evangelho “... em toda Judéia e Samaria, e até os extremos da terra.” (At 1,8b)

sábado, 21 de maio de 2011

5º Domingo da Páscoa

Ano A / cor: branco / Leituras: At 6,1-7; Sl 32; 1Pd 2,4-9; Jo 14,1-12
“Não fique perturbado o coração de vocês” (Jo 14,1)

Diácono Milton Restivo

A primeira leitura deste 5º Domingo da Páscoa reporta-nos à Igreja primitiva, nos seus primeiros dias, quando “o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário”. (At 6,1). Vemos que, em Jerusalém, não era somente judeus que haviam se convertido para a Igreja do Caminho, mas, também, fiéis de origem grega aderiram aos ensinamentos do Divino Mestre. As pessoas carentes por parte dos judeus tinham atendimento preferencial por parte da comunidade, enquanto que os necessitados de origem grega eram negligenciados e, por isso, reclamaram. Para serem encarregados dessa tarefa foram escolhidos sete homens, todos de origem grega, “de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria” (At 6,3)

domingo, 15 de maio de 2011

4º Domingo da Páscoa

Ano A / Cor: branco / Leituras: At 2,14.36-41; Sl 22; 1Pd 2,20-25; Jo 10,1-10

“... Eu garanto a vocês: eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10,7b)

Diácono Milton Restivo

Este 4º Domingo da Páscoa é chamado de o Domingo do Bom Pastor, mas hoje poderíamos chamar este domingo de “Domingo da Porta das ovelhas”. Por interessante que possa parecer, o foco da leitura do Evangelho não se prende ao Bom Pastor, embora Jesus estivesse falando dele, e nem é usado esse termo em toda a leitura evangélica, e sim somente se referindo ao seu adversário, o ladrão, o assaltante, o mercenário, referenciados nas autoridades religiosas judaicas do tempo de Jesus e em todos aqueles que se arvoram autoridades em religião e ou teologia, os falsos profetas que, através de seus ensinamentos dúbios, buscam persuadir as ovelhas e arrebatá-las do Bom Pastor. Quando Jesus fala de ladrão, assaltante e mercenário, refere-se às autoridades religiosas judaicas do seu tempo que dificultavam o arrebanhamento das ovelhas e incitavam o povo contra Jesus ameaçando-o de prisão e até apedrejamento (cf Jo 10,31-33.39), culminando com a sua morte de cruz.

domingo, 8 de maio de 2011

3º Domingo da Páscoa

Ano A / cor: branco / leituras: At 2,14.22-23; Sl 15; 1Pd 1,17,21; Lc 24,13-35

“Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina” (Lc 24, 29)

Diácono Milton Restivo

Era um primeiro dia da semana, portanto, entende-se como sendo um domingo. Na sexta-feira anterior havia acontecido coisas terríveis em Jerusalém. As autoridades haviam julgado, condenado e mandado crucificar a Jesus de Nazaré. Naquele primeiro dia da semana, domingo, no terceiro dia após a crucificação e morte de Jesus, piedosas mulheres que seguiram a Jesus por toda a parte a partir da Galiléia durante sua peregrinação transmitindo a Boa Nova a todas as gentes, ainda de madrugada, se dirigiram ao sepulcro onde tinha sido colocado o corpo sem vida do Divino Mestre, levando os aromas que tinham preparado para embalsamá-lo. Ao lá chegarem, surpresa... O corpo de Jesus não estava mais no sepulcro; a pedra que fechava a entrada do túmulo havia sido removida e o túmulo estava vazio: “Mas ao entrar não encontraram o corpo do Senhor Jesus.” (Lc 24,3). Voltaram correndo até onde estavam reunidos os amedrontados apóstolos e discípulos e narraram-lhes o ocorrido, mas, porque eram mulheres, não foram levadas a sério: “... essas palavras, porém, pareceram desvario, e não lhes deram crédito.” (Lc 24,11)