domingo, 31 de julho de 2011

18º Domingo do Tempo Comum

Ano A / cor: verde / Leituras: Is 55,1-3; Sl 144 (145); Rm 8,35.37-39; Mt 14,13-21

“Eles não precisam ir embora. Vocês é que têm de lhes dar de comer” (Mt 14,16)

Diácono Milton Restivo

O profeta Isaias é o mais messiânico de todos os profetas. Nos seus escritos encontramos a projeção do Messias prometido desde o início dos tempos e, para provar isso, os Evangelistas o citam por várias vezes e em muitas ocasiões e o próprio Jesus usa e repete muitas citações desse profeta.
Na primeira leitura, extraída do livro do profeta Isaias, temos uma citação que Jesus a repetiria mais tarde, enquadrando-a objetivamente na sua mensagem. Escreveu Isaias tentando confortar o povo israelita que ainda estava no exílio, colocando na boca de Yahweh um apelo ao povo que se convertesse enquanto houvesse tempo, convidando-o a participar dos bens da Nova Aliança: “Atenção! Todos os que estão com sede, venham buscar água. Venham também os que não têm dinheiro: comprem e comam sem dinheiro e bebam vinho e leite sem pagar. [...] Dêem ouvidos a mim, venham para mim, me escutem, que vocês viverão. Farei com vocês uma aliança definitiva, serei fiel à minha amizade com Davi. [...] Procurem Yahweh enquanto ele se deixa encontrar.” (Is 55,1.3.6). Mais tarde Jesus faria um apelo idêntico a todos aqueles que, no seu tempo, estavam subjugados pelo peso, fardo e observâncias farisaicas da lei de Moisés impostos ao povo pelas autoridades religiosas judaicas, e que hoje é dirigido a todos que estão submetidos ao peso e fardo e observâncias hipócritas do mundo e da sociedade de hoje: “Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso de seu fardo, e eu lhes darei descanso. Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve”. (Mt 11,28-30)

sábado, 23 de julho de 2011

17º Domingo do Tempo Comum

Ano A / cor: verde / Leituras: 1Rs 3,5.7-12; Sl 118 (119);  Rm 8,28-30; Mt 13,44-52

“Ensina-me a ouvir, para que eu saiba governar o teu povo e discernir entre o bem e o mal” (1Rs 3,9)

Diácono Milton Restivo

Neste domingo encerra-se o capítulo 13 do Evangelho de Mateus, que foi lido todo durante três domingos seguidos, e que narra as parábolas do Reino. Nos dois domingos anteriores meditamos esse capítulo e é claro que, por mais que se fale sobre ele, jamais esgotaremos o assunto. Mas, a primeira leitura deste domingo traz um personagem que merece destaque: o rei Salomão. Vamos conhecê-lo melhor, abordando o início do seu reinado que foi longo como o de seu pai Davi: “O tempo que Salomão reinou em Jerusalém sobre todo Israel, foi de quarenta anos.” (1Rs 11,42)
Nas Sagradas Escrituras, Antigo Testamento, é narrada a história do pai de Salomão, o rei Davi, conhecido como rei salmista e profeta. O rei Davi foi escolhido por Yahweh para reinar sobre o povo de Israel (Sm 16,1-13), e foi o rei Davi quem escreveu a maior parte dos salmos contidos nas Sagradas Escrituras. Davi foi um rei muito querido e amado por todo o povo de Israel e morreu já em idade avançada depois de haver reinado por quarenta anos sobre Israel: “Davi repousou com seus antepassados e foi enterrado na cidade de Davi. Davi foi rei em Israel durante quarenta anos; reinou sete anos em Hebron, e trinta e três anos em Jerusalém.” (1Rs 2,10-11)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

16º Domingo do Tempo Comum

Ano A / cor: verde / Leituras: Sb 12,13.16-19; Sl 85 (86); Rm 8,26-27; Mt 13,24-43

“Jesus contou outra parábola à multidão...” (Mt 13,30)

Diácono Milton Restivo

O Evangelho deste domingo é a continuação do Evangelho do domingo passado: o capítulo 13 de Mateus, onde Jesus narra as chamadas “parábolas do Reino”. Parábolas são ensinamentos paralelos a uma lição principal. Parábolas são histórias do cotidiano com uma aplicação espiritual. Pará­bola é uma nar­ra­ção, geral­mente curta, para ensi­nar uma ver­dade moral ou espiritual, atra­vés de com­pa­ra­ção com a vida real. As parábolas de Jesus tratavam de agricultura, culinária, comércio, pesca, profissão, costumes, tradições, etc. Quando Jesus queria ensinar uma lição básica, usava um ensinamento paralelo tomando figuras, quadros, idéias, maneiras de pensar do povo para que, a partir daquilo que o povo conhecia, Jesus pudesse ensinar a verdade que queria fixar na mente das pessoas. Mateus apre­senta, no capí­tulo 13 do seu Evangelho, sete parábolas, chamadas de “as parábolas do Reino” para ensi­nar sobre o desen­vol­vi­mento gra­dual do reino de Deus. É por isso que no último ano do seu ministério, encontramos muitas parábolas.

domingo, 10 de julho de 2011

15º Domingo do Tempo Comum

Ano A / cor: verde / Leituras: Is 55,10-11; Sl 64 (65); Rm 8,18-23; Mt 13,1-23

“A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Este produz fruto” (Mt 13,23)

Diácono Milton Restivo

O Evangelho de Mateus mostra, a partir da parábola do semeador, a segunda parte do ministério de Jesus. Na primeira parte Jesus se apresentou ao povo como o Messias e, no sermão da montanha, que abrange os capítulos de 5 a 7 de Mateus, faz uma comparação da Lei de Moisés com aquilo que o Messias esperava de seus seguidores, onde Jesus repete por várias vezes, após citar uma determinação da Lei de Moisés: “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos... eu, porém, lhes digo...” (Mt 5,21.27.33.38.43) Depois Jesus escolhe os doze apóstolos (Mt 10, 1-5), enviando-os para anunciar a todos os judeus que “O Reino do Céu está próximo”. (Mt 10,5-15)
No capítulo 13 do Evangelho de Mateus Jesus dá início ao chamado discurso das parábolas do mistério e, somente neste capítulo Jesus conta sete parábolas, tendo explicado algumas. As parábolas contadas por Jesus neste capítulo, são: do semeador (Mt 13,4-23); do trigo e do joio (Mt 13,24-30); do grão de mostarda (Mt 13,31-32); do fermento (Mt 13,33-35); do tesouro escondido (Mt 13,44); das pérolas (Mt 13,45-46) e da rede (Mt 13,47-50). Neste domingo o Evangelho apresentado é o da parábola do semeador; nos domingos subsequentes serão apresentadas as demais parábolas constantes deste capítulo.

sábado, 2 de julho de 2011

S. Pedro e S. Paulo

Estamos celebrando nossos padroeiros São Pedro e São Paulo. A festa dos santos apóstolos nos convida a olhar suas vidas e seus exemplos no autêntico seguimento a Jesus Cristo. Os dois, de modos diferentes, e na total fidelidade ao projeto do Reino anunciado por Jesus dedicaram suas vidas à pregação, à propagação da boa notícia, e no final, igualmente perderam a própria vida como testemunho da mesma fé que professaram.
O próprio Jesus havia dito: “Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la, mas quem perder a sua vida por causa de mim, este vai ganha-la” (Mt 10,39). Pedro e Paulo não procuraram conservar suas vidas, mas as perderam, pelo martírio, recebendo a “coroa da glória” (1Pd 5,4).
Tais vidas e exemplos podem parecer muito distantes da nossa realidade hoje, em pleno século XXI, mas mesmo assim podemos ver pontos de contato com nossas vidas, nossa comunidade. E o aspecto mais significativo é o seguimento de Jesus Cristo, que os dois apóstolos viveram de modo exemplar, e nós somos chamados a viver hoje também.
Pedro, por exemplo, iniciou seu seguimento de Jesus a partir de um simples encontro. Um encontro profundo entre duas pessoas muda totalmente a vida. A experiência demonstra isso em tantos casais que mudaram o modo pessoal de ser e de viver depois que um encontrou o outro; quantos pessoas mudam de vida ao partilhar amizades. Seja em experiências positivas que negativas, encontros existenciais mudam o modo de pensar e de viver. A partir de um chamado do próprio Jesus, Pedro deixou tudo, para segui-lo, mesmo ainda sem entender bem onde tudo terminaria.
Nosso primeiro passo, portanto, como pessoas e como comunidade, é fazer este encontro com Jesus, ouvir seu chamado, e assim iniciaremos o seguimento de seus passos.