quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

IV Domingo do Tempo Comum

Ano A / Cor: roxo / Leituras: Sf 2,3; 3,12-13; Sl 145 (146); 1Cor 1,26-31; Mt 5,1-12

“...fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu... (Mt 5,11-12)

Diácono Milton Restivo

Jesus fala dos profetas perseguidos nos tempos anteriores para dar conforto e confiança aos seus discípulos que assumiriam com responsabilidade a sua mensagem. Falamos sempre sobre profetas e os profetas estão sempre em evidência nas nossas leituras e meditações que são tiradas dos livros sagrados, manifestando a vontade de Deus em relação ao seu povo. Mas, o que é um profeta?
Existem muitas definições e explicações a respeito desse termo, mas o sentido exato é desconhecido porque, como consta do Dicionário Enciclopédico da Bíblia, não há uma visão em comum em torno da etimologia dessa palavra. Nas culturas pagãs, não judaicas, profeta era alguém que falava em nome de uma ou várias divindades. Esse termo veio para o judaísmo como alguém, homem ou mulher, que falava em nome de Yahweh. Via de regra, as primeiras leituras das celebrações eucarísticas são tiradas do livro de um profeta do Antigo Testamento.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Festa da Conversão de São Paulo

Diác. Milton Restivo

Paulo se chamava também Saulo (At 13,9), nome hebraico derivado de Saul, o primeiro rei dos israelitas, que significa pedido. Era judeu por descendência e romano devido à importância de sua cidade natal, Tarso, no Império Romano (At 16,37; 22,25-30). Paulo era seu nome romano, considerando a sua cidadania romana, derivado do latim Paulus, que significa pequeno: “Então Saulo, também chamado Paulo...” (At 13,9) Paulo nasceu em Tarso, cidade principal da Cilícia (At 21,39), possivelmente entre os anos 5 e 10 dC e é conhecido como o grande apóstolo dos gentios, povos não judeus. Descendia de uma família hebréia da tribo de Benjamin (At 23,6; Fl 3,5) que havia obtido a cidadania romana; era uma família de grandes posses e prestígio político. Seus pais, sendo como eram, fiéis à lei mosaica, ao completar Paulo treze anos de idade, o mandaram logo para Jerusalém para ser educado lá e onde moravam sua irmã e seu sobrinho (At 23,16; 26,4). Imagina-se que teria sido por volta dos treze anos de idade considerando que essa era a idade que todo judeu deveria começar a se apresentar, pelo menos uma vez por ano, no Templo de Jerusalém.

sábado, 22 de janeiro de 2011

III Domingo do Tempo Comum

Ano A / Cor: verde / Leituras: Is 8,23b-9.3; Sl 26 (27); 1Cor 1,10-13.17; Mt 4,12-17

“Convertam-se, porque o Reino de Deus está próximo” (Mt 4,17)

Diácono Milton Restivo

O profeta Isaias, novamente, aparece na primeira leitura da liturgia e, como já foi dito em meditações anteriores, Isaias é conhecido como o mais messiânico profeta do Antigo Testamento, isto é, o que mais profetizou sobre a vinda do Messias: a origem do Messias, seu nascimento, quem seria sua mãe, quem seria o seu precursor, o seu reinado, a sua paixão e morte. Desta feita, Isaias profetiza onde o Messias iniciaria a sua missão, não em Judá, mas numa terra esnobada e tida como “um povo que andava nas trevas... um país tenebroso” por parte dos judeus: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso”. Isaias escreveu que “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso” (Is 9,1; Jo 8,12), isto é, que o Messias viria da Galiléia, considerando que os judeus, pela sua prepotência, arrogância e discriminação em relação aos outros povos, consideravam a região ao norte de Judá, a Galiléia, como “um país tenebroso de um povo que vivia nas trevas”, e às vezes, até chamada de “Galiléia dos pagãos” por causa da forte mistura da população de origem da terra com elementos pagãos dos povos estrangeiros, principalmente assírios e esse povo “vai alegar-se diante de ti, como na alegria da colheita, como no prazer de quem reparte despojos de guerra. Porque, como no dia de Madiã, quebraste a canga de suas cargas, a vara que batia em suas costas e o bastão do capataz de trabalhos forçados”. (Is 9,2b-3)

domingo, 16 de janeiro de 2011

II Domingo do Tempo Comum

Ano A / Cor: verde / Leituras: Is 49,3.5-6; Salmo 39(40); 1Cor 1,1-3; Jo 1,29-34
 
“Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29)

Diácono Milton Restivo

No primeiro domingo do Tempo Comum a Igreja comemorou a recordação do batismo de Jesus por João Batista. Neste segundo domingo João torna pública a identidade de Jesus no seu ministério: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”. (Jo 1,29). Em toda santa Missa que participamos, durante a fração do pão eucarístico, ouvimos o presidente da celebração dizer: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” e respondemos convictos e compungidos: “Senhor, eu não sou digno (a) de que entreis em minha morada. Mas dizei uma palavra e serei salvo (a)”. Esta aclamação foi introduzida na santa missa pelo Papa Sérgio II (687-701).
Quando Jesus é chamado de Cordeiro de Deus no Evangelho segundo João em 1,29 e 1,36, é uma referência ao fato de que ele é o sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado do mundo e de todos os homens. Para podermos compreender quem Jesus era e o que fez, precisamos voltar ao Velho Testamento onde encontramos as profecias sobre a vinda do Messias como expiação do pecado, principalmente no livro de Isaias: “No entanto, Yahweh queria esmagá-lo com o sofrimento: se ele entrega a sua vida em reparação pelos pecados, então conhecerá os seus descendentes, prolongará a sua existência e, por meio dele, o projeto de Yahweh triunfará”. (Is 53,10); “Mas ele estava sendo transpassado por causa de nossas revoltas, esmagado por nossos crimes. Caiu sobre ele o castigo que nos deixaria quites; e por suas feridas é que veio a cura para nós.” (Is 53,5; 2Cor 5,21; Rm 4,25; Gl 3,13).

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Batismo do Senhor

Ano A / Cor: branco / Leituras: Is 42,1-2.6-7; Sl 28(29); At 10,34-38; Mt 3,13-17

“Este é o meu Filho amado, que muito me agrada” (Mt 3,17)

Diácono Milton Restivo

O primeiro domingo do Tempo Comum, no Brasil, é substituído pela festa do Batismo de Jesus. A festa do Batismo de Jesus fecha o ciclo litúrgico do Tempo do Natal. Entramos agora no período da primeira parte do Tempo Comum que vai até a Quarta-feira de cinzas e início da Quaresma. A Grande Enciclopédia Larousse Cultural define o batismo da seguinte maneira: “O batismo cristão, em sua origem, tem relação com as abluções rituais judaicas, com os banhos cotidianos dos essênios e com o batismo que Jesus recebeu de João Batista. Todavia, diferencia-se radicalmente destes. É certamente um rito de purificação (destruição da mácula original); mas, por suscitar um novo ser, é um sacramento de inserção no Reino de Deus, o sinal jurídico e sagrado de pertencer à Igreja de Jesus Cristo”

sábado, 1 de janeiro de 2011

Epifania do Senhor

Ano A / Cor: branco / Leituras: Is 60,1-6; Sl 71(72),2.7-8.10-11; Ef 3,2-3a.5-6; Mt 2,1-12

Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem” (Mt 2,2)

Diácono Milton Restivo
No segundo domingo depois do Natal a Igreja celebra a festa da Epifania do Senhor. Epifania, em grego, significa manifestação. Em várias ocasiões Jesus se manifesta e dá-se a conhecer a diferentes pessoas e de modos únicos. Embora Jesus tenha se manifestado em diversos momentos a diferentes pessoas, a Igreja celebra como epifanias três eventos: epifania aos magos (Mt 2,1-12); epifania a João Batista no  Jordão (Mt 3,13-15; Mc 1,9-11; Lc 3,21-22; Jo 1,32-34), e a epifania a seus discípulos e começo de sua vida pública com o milagre em Caná (Jo 2,1-12). Podem ser entendidas, também, como epifanias, o anúncio dos anjos aos pastores e a visita deles a Jesus recém-nascido na manjedoura (Lc 1,8-20) e a transfiguração de Jesus a três dos seus discípulos. (Mt 17,1-8)