domingo, 28 de agosto de 2011

22º Domingo do Tempo Comum


Ano A / cor: verde / Leituras: Jr 20,7-9; Sl 62 (63); Rm 12,1-2; Mt 16,21-27
 
“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mt 16,24)

Diácono Milton Restivo

O profeta Jeremias é o escritor sagrado da primeira leitura deste domingo. Jeremias e Oséias foram os dois profetas mais radicais do Antigo Testamento, pois foram os que mais perto chegaram de uma compreensão profunda das causas da opressão que o povo de Israel vivia naquele tempo e a maneira como o povo se afastava de Yahweh, muitas vezes induzido pelas autoridades civis, militares e religiosas. Como Oséias e Miquéias, Jeremias pertencia ao mundo camponês e ele aproveita muito disso para transmitir a sua mensagem com conotações das coisas do campo.
O significado do nome Jeremias é incerto; podemos citar as seguintes: “Yahweh exalta”, “Yahweh é sublime” ou “Yahweh abre (faz nascer)”. O nome Jeremias era bastante comum nos tempos bíblicos. São conhecidos nove personagens, mais ou menos importantes, com este nome.

sábado, 20 de agosto de 2011

Assunção de Nossa Senhora

 Leituras: Ap 11,19; 12,1.3-6.10; Sl 44 (45); 1Cor 15,20-27; Lc 1,39-57

“A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador!” (Lc 1,46)

Diácono Milton Restivo

“Eu era pequeno, nem me lembro, só lembro que a noite, aos pés da cama, juntava as mãozinhas e rezava apressado, mas rezava como alguém que ama...” Essa música, do Padre Zezinho, “Maria da minha infância”, retrata bem como foi o nosso relacionamento com Maria na nossa infância e adolescência, e como está sendo o nosso relacionamento com Maria ainda hoje.
Com fé, amor e devoção, quando éramos crianças juntávamos nossas mãos em oração e rezávamos, inocentemente, a prece da Ave Maria, repetindo palavras que nem sabíamos direito os seus significados, mas, com que confiança que rezávamos. Que segurança sentíamos quando nos dirigíamos a Maria, repetindo as palavras de nossa mãe ou avó, aquela oração que fazia e faz de Maria a mais cheia de graça, a mais pura entre as mulheres. Mas isso, quando éramos pequenos. Quando éramos crianças. Que confiança as crianças tem na mãezinha do céu.

sábado, 13 de agosto de 2011

20º Domingo do Tempo Comum

Ano A / Cor: verde / Leituras: Is 56,1.6-7; Sl 66 (67); Rm 11,13-15.29-32; Mt 15,21-28

“Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mt 15,22)

Diácono Milton Restivo

É interessante como Deus usa os meios para chegar a todos os povos, a todas as gentes, a todas as pessoas. Os israelitas julgavam-se salvos e, por isso, poderiam ignorar o que Jesus lhes dizia, simplesmente por se dizerem filhos de Abraão, descendentes de Abraão: “Nós somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘vocês ficarão livres’? [...] Nosso pai é Abraão.” (Jo 8,33.39a). Abraão era considerado o pai biológico dos judeus, os quais podiam traçar sua linhagem genealógica até a paternidade do patriarca. Isto era orgulho para eles e que eles julgavam a única coisa necessária para serem salvos e superiores aos demais povos aos olhos de Yahweh. Os judeus apenas se vangloriavam de ser filhos de Abraão, mas não imitavam as suas virtudes e, por isso, Jesus lhes chama a atenção: “Se vocês são filhos de Abraão, façam as obras de Abraão. Agora, porém, vocês querem me matar, e o que eu fiz foi dizer a verdade que ouvi junto de Deus.  Isso Abraão nunca fez.” (Jo 8,39b-40)
João Batista já tinha alertado as autoridades religiosas dos judeus antes de Jesus, quando lhes chamara a atenção: “Não pensem que basta dizer: ‘Abraão é nosso pai’. Porque eu lhes digo: até destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão.” (Mt 3,9)

sábado, 6 de agosto de 2011

19º Domingo do Tempo Comum

Ano A / cor: verde / Leituras: 1Rs 19,9.11-13; Sl 84 (85); Rm 9,1-5; Mt 14,22-23
“Coragem, sou eu, não tenham medo” (Mt 14,27)

Diácono Milton Restivo

Na nossa vida, às vezes, parece que estamos num mar de rosas; tudo é realização, tudo é maravilhoso, tudo dá certo, tudo vai bem como sempre desejaríamos que fosse, mas no nosso cancioneiro de música popular existe uma música com o verso seguinte: “Tristeza não tem fim, felicidade sim...” e, bem por isso, de repente, como num estalar de dedos, parece tudo ao contrário: sentimos-nos mergulhados numa depressão, numa tristeza, numa angustia que parece não ter fim; dá-nos a impressão que estamos caminhando sobre as águas e sentimos que, num relance, nos falta a força, coragem, confiança, apoio e estamos sozinhos, dando-nos a sensação que vamos submergir, sem chances de nos afirmarmos ou ter alguém que nos socorra. Quantas vezes nos falta confiança em tudo e em todos; dá-nos a impressão que ninguém, mas ninguém mesmo, nos compreende e que todos nos viraram as costas, deixando-nos entregues à nossa própria sorte. Nessas condições, nos desesperamos, deixamos de acreditar em tudo e em todos e, nessa descrença, chegamos ao cúmulo de perguntar: “Onde está Deus?”. Isso aconteceu com o profeta Elias, como vemos na primeira leitura e com os discípulos de Jesus, como vemos no Evangelho e, finalmente, com Pedro, que não acreditou no poder de Jesus e começou a afundar enquanto caminhava sobre as águas do mar.