sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

3º Domingo do Tempo Comum



Ano B / cor: verde / Jn 3,1-5.10; Sl 24 (25); 1Cor 7,29-31; Mc 1,14-20

“Sigam-me e eu farei de vocês pescadores de homens” (Mc 1,17)

Diácono Milton Restivo

Não podemos perder a oportunidade de conhecer os profetas do Antigo Testamento que, costumeiramente, dão suas mensagens, expõem seu estilo de vida e fortalecem a nossa fé nos exemplos positivos e, muitas vezes, até negativos de suas vidas. A liturgia de hoje nos apresenta o profeta Jonas. Jonas foi um profeta polêmico e, como muitos de nós, tentou ludibriar a vocação a que fora chamado: a mensagem de salvação que Yahweh lhe ordenara levar aos habitantes de Nínive. Fora chamado, mas, a princípio fugiu, como se fosse possível fugir da presença de Deus.
O livro de Jonas tem o seu início com um imperativo chamamento de Yahweh a Jonas e uma ordem expressa para ser missionário e levar a Palavra de Yahweh à cidade de Nínive: “Levante-se e vá à Nínive, a grande cidade, e anuncie ai que a maldade dela chegou até mim”. (Jn 1,2) Jonas ignorou ao chamamento de Yahweh e buscou caminhos diversos à Nínive, como nós buscamos caminhos diferentes em nossas vidas ao chamamento de Deus.

sábado, 14 de janeiro de 2012

2º Domingo do Tempo Comum


Ano B / cor: verde / Leituras: 1Sm 3,3-10.19; Sl 39 (40); 1Cor 6,13-15.17-20; Jo 1,35-42

Eis o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29)

Diácono Milton Restivo

A primeira leitura desta liturgia nos traz uma das figuras mais significativas do Antigo Testamento: o profeta, sacerdote e juiz Samuel. Samuel, segundo as Sagradas Escrituras, foi o último dos juizes de Israel e o primeiro profeta que consta da história do seu povo. Foi Samuel quem ungiu os dois primeiros reis de Israel, Saul e Davi. Samuel lembra, de diversas maneiras, a figura de João Batista. O Evangelista Lucas destaca essas semelhanças: em ambos os casos destaca-se o ambiente sacerdotal, e as duas anunciações acontecem no santuário; nos dois casos, as mães são estéreis e os filhos são consagrados nazireus (Lc 1,7.15-17.25) Mas o mais forte paralelismo talvez esteja no fato de ambos anunciarem uma nova fase da história da salvação. João Batista é o último dos profetas e anuncia a plenitude dos tempos. Samuel é o primeiro dos profetas e consagra o início da monarquia de Israel, onde ocupa papel de destaque a dinastia de Davi, da qual havia de nascer o Messias.
A mãe de Samuel, Ana, era estéril, não podia ter filhos. Isso era motivo para que, a outra esposa de seu marido, que tinha muitos filhos, a humilhasse. Ana fez uma oração comovente a Yahweh, conforme consta em 1Sm 2,1-10, prometendo que, se tivesse um filho, ele seria um nazireu, ou seja, um consagrado a Yahweh, isto é, não podia cortar o cabelo e abster-se do consumo de vinho ou qualquer outro produto oriundo da uva e outras imposições conforme foi instituído e regulamentado no livro de Números, 6,1-21. Desta forma nasceu Samuel e sua mãe o entregou aos cuidados do sacerdote Eli, para que ele servisse no templo, desde a mais tenra idade.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Epifania do Senhor


Ano A / Cor: branco / Leituras: Is 60,1-6; Sl 71(72),2.7-8.10-11; Ef 3,2-3a.5-6; Mt 2,1-12

“Nós vimos a sua estrela no oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem” (Mt 2,2)

Diácono Milton Restivo

No segundo domingo depois do Natal a Igreja celebra a festa da Epifania do Senhor. Epifania, em grego, significa manifestação. Em várias ocasiões Jesus se manifesta e dá-se a conhecer a diferentes pessoas e de modos únicos.
Embora Jesus tenha se manifestado em diversos momentos a diferentes pessoas, a Igreja celebra como epifanias três eventos: epifania aos magos (Mt 2,1-12); epifania a João Batista no  Jordão (Mt 3,13-15; Mc 1,9-11; Lc 3,21-22; Jo 1,32-34), e a epifania a seus discípulos e começo de sua vida pública com o milagre em Caná (Jo 2,1-12). Podem ser entendidas, também, como epifanias, o anúncio dos anjos aos pastores e a visita deles a Jesus recém-nascido na manjedoura (Lc 1,8-20) e a transfiguração de Jesus a três dos seus discípulos (Mt 17,1-8)
A primeira leitura desta liturgia evoca um dos trechos mais jubilosos do livro de Isaías, profetizando uma luz que brilhará sobre Jerusalém, o próprio Messias, e a visita de povos estrangeiros representados por altos mandatários ao “recém-nascido rei dos judeus”: “Levante-se, Jerusalém! Brilhe, pois chegou a sua luz, a glória de Yahweh brilha sobre você. [...] Sob a luz de você caminharão os povos, e os reis andarão ao brilho do seu esplendor. [...]... porque estarão trazendo para você os tesouros do além-mar, estarão chegando a vocês as riquezas das nações. Uma grande multidão de camelos a invade, camelos de Madiã e Efa; de Sabá vem todo mundo, ouro e incenso e o que trazem, e vêm anunciando os louvores de Yahweh.” (Is 60,1.3.5b-6)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pagãos x Cristãos


D. Paulo Mendes Peixoto

No início do ano, nas semanas imediatas ao Natal do Senhor, refletimos as marcas dos primórdios do cristianismo. Aí detectando os enunciados do paganismo e do cristianismo. Não que sejam contrários, mas a passagem de um para o outro.
O nascimento de Jesus Cristo em Belém, num povoado quase desconhecido naquele tempo, trouxe impacto para o mundo pagão. O rei da Palestina, Herodes, ficou alarmado. Ele sentiu-se abalado em suas estruturas com a vinda de um novo rei.
Celebrar a Epifania (a manifestação) do Senhor é confrontar realidades totalmente diversas. De um lado, o poderoso e pagão Herodes; de outro, a visita de reis magos sensíveis ao que estava acontecendo; e ainda, Jesus é visto por Herodes como ameaça.
Houve o sinal de uma estrela que caminha e paira em Belém. Ali era o centro do mundo naquele momento. Ela não foi para Roma, capital do Império. Não foi para Jerusalém de Herodes, o centro de toda a Palestina. Belém representa a simplicidade.
O mundo pagão recebe a luz da estrela-guia para dizer que a verdadeira luz é Jesus Cristo. Apesar das atitudes do rei Herodes, com ações totalmente contra Jesus, inclusive mandando matar todas as crianças para eliminá-Lo, Jerusalém também recebeu a luz.
A luz de Cristo era cheia do mistério de Deus. Veio para clarear a vida de todos, tanto de pagãos como de judeus. Ela não foi entendida por Herodes por causa de sua má fé. Faltava-lhe a estrela da fé, condição indispensável para o seguimento de Jesus Cristo.
O mistério de Deus tinha em vista um projeto, que só seria compreendido pela sensibilidade e abertura do coração. Nele aparece, como principal destino, a vida das pessoas. Receber Jesus Cristo como Rei é o maior presente da humanidade.
A falta de fé impede as pessoas de perceber a riqueza do mistério de Deus. Herodes era obcecado pelo seu próprio brilho e sede de poder. Por isto tinha medo de encontrar Jesus. Salvação significa libertar-se dos poderes tirânicos que só escravizam.