quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pentecostes (23/05/2010)


É sempre segundo Deus que o Espírito Santo intercede em favor dos santos
Diácono Milton Restivo

O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho.
Jesus Cristo prometeu aos apóstolos que lhes enviaria o Espírito Santo, o qual lhes recordaria e lhes ajudaria a entender tudo o que Ele lhes tinha dito.
No dia da festa judaica de Pentecostes estavam todos os Apóstolos e discípulos de Jesus reunidos, e assim nos narram este episódio o livro dos Atos dos Apóstolos: “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente veio um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem”. (At 2,1-4).

A ação do Espírito Santo nos Apóstolos e discípulos de Jesus tornou-os fortes, audazes e santificou-os para anunciar o Evangelho com fidelidade a todo o mundo.
A Igreja ficou constituída em templo do Espírito Santo: “ou vocês não sabem que o seu corpo é templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhe foi dado por Deus?”. (1Cor 6,19).
Pentecostes é uma festa judaica do Antigo Testamento adotada pelo Cristianismo devido ao acontecimento narrado por Lucas nos Atos dos Apóstolos 2,1-13: a vinda do Paráclito prometido por Jesus. Pentecostes, do grego, “pentekosté”, é a festa que a Igreja de Jesus Cristo celebra no quinquagésimo dia após a Páscoa da Ressurreição.
É comemorado o envio do Espírito Santo à Igreja.
A partir da Ascensão de Cristo, que a Igreja celebrou no domingo anterior, os discípulos e a comunidade não tinham mais a presença física e visível do Mestre. Passaram a não velo mais com os olhos da carne, e sim com os olhos da fé. Em cumprimento à promessa de Jesus, o Espírito Santo foi enviado sobre os apóstolos. Dessa forma, Jesus Cristo continua presente na Igreja, que é continuadora da sua missão.
O Pentecostes é, portanto, a celebração da efusão do Espírito Santo.
Os sinais externos, descritos no livro dos Atos dos Apóstolos, são uma confirmação da descida do Espírito Santo: ruídos vindos do céu, vento forte e chamas de fogo.
Para os cristãos, o Pentecostes marca o nascimento da Igreja e sua vocação para a missão universal.
Originalmente a festa de Pentecostes, no Antigo Testamento, é referida com vários nomes:
1) - Festa da Colheita - Por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada. Essa festa ganhou esse nome pela obrigatoriedade imposta pela Lei mosaica aos judeus para agradecerem a Yahweh pelo fruto da terra: “A terceira romaria será na festa da Colheita, no fim do ano, quando você recolher o produto de seus trabalhos no campo”. (Ex 23,16).
2) - Festa das Semanas - A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinquenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo: “Conte sete semanas. A partir do momento em que você começar a ceifar as espigas, conte sete semana. Celebre então a festa das semanas em honra de Yahweh seu Deus”. (Dt 16,9-10);
3) - Dia das Primícias dos Frutos - Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária a Yahweh dos primeiros frutos da terra colhidos naquela colheita: “No dia dos primeiros frutos, quando vocês oferecerem a Yahweh uma oblação de frutos novos na festa das Semanas, façam uma assembléia santa e não realizem nenhum trabalho”. (Nm 28,26).
Como vemos, a origem do Pentecostes vem do Antigo Testamento, uma celebração da colheita, dia de alegria e ação de graças, portanto, uma festa agrária.
Nesta festa o povo oferecia a Yahweh os primeiros frutos que a terra tinha produzido.
Mais tarde, tornou-se também a festa da renovação da Aliança do Sinai (Ex 19, 1-16).
A partir do momento em que o império grego alastrou-se por todo o mundo conhecido, a língua grega predominou e o helenismo proliferou-se, passando, as festas acima, a denominarem-se Festa de Pentecostes. As razões deste novo nome são várias, considerando que, nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo conhecido até então, impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos perderam as suas atualidades e foram substituídos pela denominação grega “Pentecostes”, cujo significado é cinquenta dias depois da Páscoa. Como o Império Grego passou a ter hegemonia a partir do ano de 331 a.C., é provável que o nome Pentecostes tenha ganhado popularidade a partir desse período.
Tudo leva a crer que, originariamente, a Festa das Colheitas, ou Semanas, era realizada na roça, particularmente, no campo de trigo, portanto, uma festa agrária. No projeto de reforma, empreendido pelo rei Josias, no século VII a.C., todas as festas foram levadas para o Templo em Jerusalém. Por que Jerusalém? Porque Jerusalém era a sede do governo, a capital política e espiritual do país; Jerusalém era uma cidade que possuia uma carga fortíssima de tradição (Sl 48); em Jerusalém, nascia a esperança em meio ao desespero; em Jerusalém, o povo acreditava que se daria a plenitude da vida e, principalmente, porque em Jerusalém estava o Templo que era o centro vital do culto a Yahweh imposto pela classe sacerdotal.
No Novo Testamento, o sentido de Jerusalém atinge o sentido universal.
Precisamos entender que a festa que celebramos se denomina Pentecostes, não porque o Espírito Santo veio sobre a Igreja de Jesus Cristo representada pelos apóstolos e discípulos, e sim porque o Espírito Santo se manifestou no dia da festa judaica de Pentecostes, tendo a Igreja, para esse acontecimento, adotado o nome Pentecostes para dar identidade à manifestação do Espírito de Deus prometido por Jesus.
No Novo Testamento o Pentecostes, festa judaica, quando aconteceu a manifestação do Espírito Santo, está relatada no livro dos Atos dos Apóstolos, repito, 2,1-13. Comemora-se o envio do Espírito Santo à Igreja. Como era costume dos judeus, obedecendo a lei mosaica, os apóstolos e discípulos, juntamente com Maria, a mãe de Jesus, estavam em Jerusalém reunidos para a celebração do Pentecostes judaico. De acordo com o relato, durante a celebração, ouviu-se um ruído, como se soprasse um vento impetuoso (cf At 2,1-4). Línguas de fogo pousaram sobre os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas.
Pentecostes é a coroação da Páscoa de Cristo.
No Pentecostes cristão acontece a plenificação da Páscoa, pois a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos e apóstolos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração, na vida e na missão dos discípulos.
Podemos notar a importância de Pentecostes nas palavras do Patriarca ortodoxo Atenágoras (1948-1972): "Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos".
O Espírito Santo traz presente, “até a consumação dos séculos” (Mt 28,20), o Ressuscitado à sua Igreja e lhe garante a vida e a eficácia da missão.
O Pentecostes é, portanto, a celebração da efusão do Espírito Santo.
Os sinais externos descritos no livro dos Atos dos Apóstolos são uma confirmação da descida do Espírito de Deus, é uma teofania, portanto: ruídos vindos do céu, vento forte e chamas de fogo.
Para os cristãos o Pentecostes marca o nascimento da Igreja e sua vocação para a missão universal.
Nos Evangelhos a presença do Espírito Santo é sensível. O Espírito Santo recobre Maria na anunciação do anjo: “O anjo respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus”. (Lc 1,35). O Espírito Santo manifesta-se, também, na visita de Maria a Isabel: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”. (Lc 1,41). O Espírito Santo se faz presente no batismo de Jesus: “Depois de ser batizado, Jesus logo saiu da água. Então o céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e pousando sobre ele”. (Mt 3,16 e Mc 1,10), e na tentação de Jesus no deserto: “Em seguida o Espírito impeliu Jesus para o deserto”. (Mc 1,12; Mt 4,1 e Lc 4,1); imediatamente depois da tentação de Jesus no deserto: “Jesus voltou para a Galiléia,, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza”. (Lc 4,14); e por ocasião em que Jesus, falando em Nazaré, recorda a promessa messiânica de Isaias 61,1-2: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa nova aos pobres...”. (Lc 4,18ss).
Do mesmo modo fala o Santo Espírito ao velho Simeão dirigindo-o nos seus passos e pensamentos: “Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Era justo e piedoso. Esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava com ele. O Espírito Santo tinha revelado a Simeão que ele não morreria sem ver primeiro o Messias prometido pelo Senhor. Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo”. (Lc 2,25-27a).
O dom do Espírito Santo é, de uma maneira determinada, prometido pelo nosso Salvador: “Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos filhos, quanto mais o Pai do céu! Ele dará o Espírito Santo àqueles que pedirem”. (Lc 11,13).
No Evangelho segundo João o ensino de Jesus quanto à obra do Espírito é mais preciso.
"Deus é Espírito", com respeito à sua natureza. A não ser que o homem novamente nasça "da água e do Espírito", ele não pode entrar no reino de Deus: “Jesus respondeu (a Nicodemos): ‘Eu garanto a você: ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nasce da água e do Espírito. Quem nasce da carne é carne, quem nasce do Espírito é espírito. Não se espante se eu digo que é preciso vocês nascerem do alto”. (Jo 3,5-7).
O Espírito é dado sem medidas ao Messias: “De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o Espírito sem medida.” (Jo 3,34).
Referindo-se Jesus às promessas messiânicas (Is 44,3; Jl 2,28) falou do Espírito que haviam de receber os que nele cressem porquanto, ainda não tinha sido dado: “Jesus disse isso se referindo ao Espírito que deveriam receber os que acreditassem nele. De fato, ainda não havia o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado.” (Jo 7,39); mas na qualidade de consolador, Paráclito, Advogado e Espírito da verdade, por quem a verdade se expressa e é trazida ao homem: “O Advogado que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo.” (Jo 15,26); “Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas, se eu for, eu o enviarei.” (Jo 16,7). O Espírito Santo havia de ser dado aos crentes pelo Pai: “Então, eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Advogado, para que permaneça com vocês para sempre. Ele é o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele mora com vocês, e estará com vocês.” (Jo 14,16-17);
Na primeira carta de João, 3,24 a 4,13 esta presença íntima do Espírito é um dos dois sinais característicos da união com Cristo; e o Espírito, que é a verdade, dá testemunho do Filho: “Este é aquele que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Ele não veio apenas pela água, mas pela água e pelo sangue.) E é o Espírito quem dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade.” (1Jo 5,6).
Nos Atos dos Apóstolos a manifestação do Espírito é feita no dia de Pentecoste, e o fato acha-se identificado com o que foi anunciado pelo profeta: “Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem”. [...] “Nos últimos dias, diz o Senhor, eu derramarei o meu Espírito sobre as pessoas”. [...] “Naqueles dias, derramarei o meu Espírito também sobre meus servos e servas, e eles profetizarão”. (At 2,4.17.18).
Ananias e Safira "tentam" o Espírito, pondo à prova a sua presença na igreja: “Então Pedro disse: ‘Por que vocês fizeram acordo para tentar o Espírito do Senhor? Veja! Os que foram enterrar seu marido estão chegando.Eles vão levar você também”; (At 5,9).
O Espírito, expressamente, dirige a ação dos apóstolos e evangelistas:
“Antes disso, ele deu instruções aos apóstolos que escolhera, movido pelo Espírito Santo”. (At 1,2);
“Então o Espírito disse a Filipe: ‘Aproxime-se desse carro e o acompanhe”. [...] “Quando saíram da água o Espírito arrebatou Filipe, e o eunuco não o viu mais”. (At 8,29.39);
 “E Pedro estava ainda pensando sobre a visão, quando o Espírito lhe disse: ‘Aí estão três homens que procuravam por você. Levante-se, desça e vá com eles sem hesitar, porque fui eu que os mandei”. (At 10,19);
“O Espírito me disse que eu fosse com eles sem hesitar”. (At 11,12);
“Paulo e Timóteo atravessaram a Frigia e a região da Galácia, uma vez que o Espírito Santo os proibia de pregar a Palavra de Deus na Ásia. Chegando perto de Mísia, eles tentaram entrar em Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu”. (At 16,6-7);
“Movidos pelo Espírito, os discípulos diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém”. (At 21,4b).
Nas cartas de Paulo a presença do Espírito Santo está claramente determinada:
“Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou Cristo dos mortos dará a vida também para os corpos mortais de vocês, por meio do seu Espírito que habita em vocês”. (Rm 8,11);
“Vocês não sabem que são templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?” (1Co 3,16);
“Ou vocês não sabem que o seu corpo é o templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhes foi dado por Deus?” (At 6,19).
O Espírito Santo é o autor da fé: “Por isso, eu declaro a vocês que ninguém, falando sob a ação do Espírito de Deus, jamais poderá dizer: ‘Maldito Jesus’! E ninguém poderá dizer: ‘Jesus é o Senhor!’ a não ser sob a ação do Espírito Santo”. (1Co 12,3).
Os homens vivem no Espírito: “Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também sob o impulso do Espírito”. (Gl 5.25).
Pelo Espírito Santo os homens são ajudados nas suas fraquezas: “Do mesmo modo, também o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois nem sabemos o que convém pedir. Mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que sonda os corações sabe quais são os desejos do Espírito, pois o Espírito intercede pelos cristãos de acordo com a vontade de Deus”. (Rm 8,26-27).
Os homens são fortalecidos pelo Espírito Santo: “Que ele se digne, segundo a riqueza de sua glória, fortalecer a todos vocês no seu Espírito, para que o homem interior de cada um se fortifique. Que ele faça Cristo habitar no coração de vocês pela fé”. (Ef 3,16-17).
Os homens recebem do Espírito Santo os dons espirituais: “Sobre os dons do Espírito Santo, irmãos, não quero que vocês fiquem na ignorância”. (1Cor 12,1ss).
Os homens produzem frutos como resultado da presença do Espírito Santo: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si”. (Gl 5,22-23).
Por meio do Espírito Santo há a ressurreição dos que crêem em Jesus Cristo: “Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou Cristo dos mortos dará a vida também para os corpos mortais de vocês, por meio do seu Espírito que habita em vocês.” (Rm 8.11).
Pedro escreve acerca da santificação, como sendo obra do Espírito Santo; “Vocês foram escolhidos de acordo com a presença de Deus Pai e através da santificação do Espírito, para obedecerem a Jesus Cristo e serem purificados pelo seu sangue”. (1Pd 1,b-2a).
No livro do Apocalipse se vê que João conscientemente é influenciado pelo Espírito Santo: “No dia do Senhor, o Espírito tomou conta de mim”. (Apo 1,10); “Imediatamente o Espírito tomou conta de mim”. (Apo 4,2); e a mensagem dirigida à sete igrejas é a mensagem do Espírito: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”. (Apo 2,7.11.17.29).
O Papa João Paulo II, numa de suas exortações, disse: "O Espírito é o único que pode ajudar às pessoas e as comunidades a libertarem-se dos velhos e novos determinismos, guiando-os com a lei do espírito que dá a vida em Cristo Jesus".
A Irmã Marlene Bertoldi, num seu artigo no Jornal Jovem, Catequese Missão Jovem, aborda o tema “Os Sete dons do Espírito Santo” com maestria, e o que vem abaixo é síntese do que ela escreve.
Na convivência com as pessoas, percebemos que cada uma possui qualidades, dons próprios, característicos, e que, somando tudo, resulta uma riqueza imensa. É o próprio Espírito de Deus que distribui a cada um os seus dons, segundo seu consentimento: nem todos têm de fazer tudo, mas cada um precisa fazer a sua parte. Os dons são tão diversos como são as pessoas. Nos caminhos e descaminhos da vida, cada pessoa vai descobrindo suas possibilidades e capacidades pessoais.
É preciso que cada um saiba ousar, mesmo encontrando dificuldades. Importa ter coragem, fincar o pé e buscar sempre. A busca pertence a cada pessoa e faz da história de fé para com Deus.
Atribuímos ao Espírito Santo sete dons.
Quando nos referimos ao Espírito Santo sempre tomamos como referência os sete dons: sabedoria, inteligência, conselho, ciência, fortaleza, piedade e temor de Deus.
Esses dons são inspirados no texto do profeta Isaías: “Do tronco de Jessé sairá um ramo, um broto nascerá de suas raízes. Sobre ele pousará o Espírito de Yahweh: espírito de sabedoria e inteligência, espírito de conselho e fortaleza, espírito de conhecimento e temor de Yahweh”. (Is 11,1-2). O Novo Testamento assume esta profecia na pessoa de Jesus Cristo, o Messias prometido.
Ele seria possuído pelo Espírito de Deus e a partir de sua força, praticará um reinado alicerçado na justiça e na paz, conforme os dons recebidos.
O número sete, no contexto bíblico, significa universidade, totalidade, perfeição.
Os dons do Espírito Santo não são somente sete, mas infinitos, portanto, ao falar em sete, podemos dizer que recebemos todos os seus dons.
Paulo, na sua carta aos Gálatas, 5, 22-23, fala nos "frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si".
Estes frutos provêm de um projeto de vida que todo cristão é chamado a perfazer.
Isto não significa que os teremos de uma hora para outra. Mas, a vida do cristão é um constante converter-se ao crescimento da fé, e um comprometimento para gerar estes frutos na convivência do dia-a-dia.
Podemos dizer que os "dons são qualidades dadas por Deus que capacitam o ser humano para seguir com gosto e facilidade os impulsos divinos, para tomar a decisão acertada em situações obscuras e para reprimir as forças do orgulho, do egoísmo e da preguiça, que se opõem à graça de Deus".
Vamos entender melhor estes dons:
1. Sabedoria. Ela nos leva ao verdadeiro conhecimento de Deus e a buscar os reais valores da vida. O homem sábio e a mulher sábia é aquele (a) que pratica a justiça, tem um coração misericordioso, ama intensamente a vida, porque a vida vem de Deus.
2. Inteligência. Este dom nos leva a entender e a compreender as verdades da salvação, reveladas nas Sagradas Escrituras e nos ensinamentos da Igreja. Exemplo: Deus é Pai de todos; em Jesus, Filho de Deus, somos todos irmãos...
3. Ciência. A capacidade de descobrir, inventar, recriar formas, maneiras para salvar o ser humano e a natureza. Suscita atitudes de participação, de luta e de ousadia, frente à cultura da morte.
4. Conselho. É o dom de orientar e ajudar a quem precisa. Ele permite dialogar fraternalmente, em família e comunidade, acolhendo o diferente que vive em nosso meio. Este dom capacita a animar os desanimados, a fazer sorrir os que sofrem, a unir os separados...
5. Fortaleza. É o dom de tornar as pessoas fortes, corajosas para enfrentar as dificuldades da fé e da vida. Ajuda aos jovens a ter esperança no futuro, aos pais assumirem com alegria seus deveres, às lideranças a perseverarem na conquista de uma sociedade mais fraterna.
6. Piedade. É o dom da intimidade e da mística. Coloca-nos numa atitude de filhos buscando um dialogo profundo e íntimo com o Pai. Acende o fogo do amor: amor a Deus e amor aos irmãos.
7. Temor de Deus. Este dom nos dá a consciência de quanto Deus nos ama. "Ele nos amou antes de tudo". Por isso, precisamos corresponder a este amor.
(Diác. Milton Restivo)

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